segunda-feira, 30 de maio de 2011

O resultado da pesquisa: O crente e o Sexo !!!

     Na segunda feira passada estiveram na casa do Rev. Caio Fábio no programa Papo de Graça, o pessoal do Blog Genizah; o teor do programa foi a área sexual do crente, sendo que o pessoal do http://www.genizahvirtual.com/ estava portando uma pesquisa justamente nessa área, e que foi muito reveladora tanto quando preocupante pelos seus resultados. Como prometido postarei aqui a pesquisa na sua íntegra, que vc pode ver também no Blog Genizah e no site: http://www.bepec.com.br/ .  


O Crente e o Sexo, a Pesquisa. Parte 1 - Fidelidade e Hábitos



Nesta edição do Almanaque Genizah, temos o orgulho de apresentar os resultados do mais completo estudo sobre a sexualidade da população evangélica.

Uma pesquisa inédita executada pelo BEPEC – Bureau de Pesquisa e Estatística Cristã - em parceria tecnológica com a AKNA SURVEY, fornecedora de uma das melhores plataformas de pesquisa online do mundo.

O projeto O Crente e Sexo foi concebido pelos editores de Genizah e contou com a participação da Revista Cristianismo Hoje – além do talento de uma série de líderes cristãos, convidados a colaborar nas linhas de abordagem do tema e na análise de dados.

A pesquisa foi realizada por meio digital e envolveu amostragem científica e envio de instrumento de coleta de dados, por e-mail, para 71.552 pessoas, de uma amostra da base de mais de 1,5 milhão de evangélicos cadastrados.

Nesta edição, apresentamos os resultados para o grupo-alvo EVANGÉLICOS CASADOS. Outros grupos, como jovens, solteiros, etc. Serão apresentados oportunamente.

Entre os gráficos, o leitor encontrará comentários destacados de grandes líderes e formadores de opinião na igreja evangélica brasileira acerca de resultados específicos do estudo ou do projeto, de forma genérica. Foram convidados a opinar lideres de diferentes linhas teológicas, denominações e atuação ministerial. Os comentários publicados não representam a opinião do BEPEC, do Genizah ou da Revista Cristianismo Hoje. 

Temos a certeza de que os resultados serão de extrema utilidade para os líderes, aconselhadores, acadêmicos e, principalmente, para os próprios casados em Cristo. Ficamos felizes com o estímulo que estes achados oferecem para a produção de textos e projetos abençoadores do povo de Deus.

Para fins de publicação, o estudo está dividido em três partes:


– Parte 1 - Fidelidade e Hábitos;


- Parte 2 - Vivências e Atitudes; e


- Parte 3 - Percepções.



Qualificação dos Respondentes

Informações acerca da população pesquisada, objetivam cortes, classificação, qualificação, etc.







 NOTA 1

A qualificação acima é decorrente da percepção dos respondentes. Estes foram convidados a escolher o grupo que melhor representaria a sua própria igreja. Foram indicadas as principais igrejas / denominações, bem como, grupos nomeados com a linha teológica básica. Estes últimos, com exemplos de igrejas pequenas e médias  pertencentes ao conjunto, de forma que o respondente membro de uma igreja não listada não teve dificuldade de enquadrar a sua igreja / comunidade na categoria mais representativa de sua linha teológica. A qualificação "OUTROS" abarcou as denominações menores difíceis de serem enquadradas nos grupos apresentados, os desigrejados, os movimentos de igrejas em casa e as comunidades emergentes. As seitas mais conhecidas, como as Testemunhas de Jeová, tiveram as suas respostas expurgadas.



NOTA 2

A amostra não inclui pessoas com idade declarada inferior a 16 anos, exceto aquelas pessoas que se declararam casadas.

Em relação a denominação, a amostragem para o envio dos instrumentos de coleta de dados foi construída segundo os resultados obtidos no último Censo do IBGE.  Os gráficos representam a segmentação, segundo as respostas válidas. 


Quanto ao tempo de "convertido", observamos uma população, em média, mais madura no Evangelho. Contudo, vale ressaltar que o gráfico reflete os resultados para a  população EVANGÉLICOS CASADOS, como de resto os demais gráficos, salvo quando de outra forma for apresentado.




Um pouco sobre a metodologia


Este projeto é um esforço conjunto do site Genizah e BEPEC – Bureau de Pesquisa e Estatística Cristã.

Contou ainda com o apoio da Revista Cristianismo Hoje http://cristianismohoje.com.br/e a parceria tecnológica da AKNA , fornecedora da ferramenta de amostragem e coleta de dados digital.

Na fase da pre-pesquisa, foram disponibilizados links para o instrumento de coleta de dados em diversos sites evangélicos de alto tráfego, bem como, redes sociais. Entre outros: Genizah, Gospel Prime, etc. As 2.428 respostas obtidas possibilitaram refinar o instrumento de coleta de dados e ofereceram subsídios para inferências e parâmetros para a amostragem. Os dados coletados nesta fase foram descartados. 

Na segunda fase, produzimos uma amostra de e-mails de evangélicos equilibrada, segundo a participação dos grupos de denominações evangélicas no Brasil, sexo e outros fatores. O BEPEC / Genizah possui o maior banco de dados de e-mails de evangélicos brasileiros – superior a 1,5 milhão.

Utilizamos a ferramenta AKNA SURVEY para a amostragem científica, envio de questionários, apuração e tratamento de dados em mídia digital. A ferramenta enviou CONVITE e um link controlado via cookie – uma resposta por máquina – para 71.552 pessoas.

Para o grupo-alvo EVANGÉLICOS CASADOS obtivemos 5.139 respostas válidas. Para o grupo-alvo SOLTEIROS obtivemos 6.721 respostas válidas. As respostas do grupo VIUVOS E DIVORCIADOS ( 734) foram descartadas para análise por grupo, mas mantidas para as questões genéricas, aplicadas à população de EVANGÉLICOS.


Não é de hoje que precisamos saber com mais precisão acerca de quem somos, do que pensamos e do que fazemos como igreja evangélica brasileira. Uma pesquisa feita de forma profissional sobre a sexualidade dos evangélicos nos dá um retrato mais fiel daquilo que de fato nosso grupo é, pensa e faz nessa área, e nos ajuda a visualizar de uma forma mais precisa ações que gerem transformações profundas e genuínas. 
  Marcos Simas
Editor  
Revista Cristianismo Hoje



Visto que a relação conjugal do casal é a criação e ordenação de Deus e que tem a Sua plena benção quando é regulada pela Palavra, as relações conjugais são parte importante da santa vida do casal cristão. Os deveres e alegrias deste aspecto da vida conjugal precisam fazer parte do ensino da igreja, seja do púlpito, em aula ou em casa. A pesquisa apresentada neste documento revela saúde em alguns aspectos, mas também, espaço considerável para melhoramento. Como pastor, quero meditar nas questões apuradas, em oração e com Bíblia aberta, procurando, junto com meus colegas, a orientação de Deus para que possamos servir melhor o rebanho por meio do pleno conselho de Deus. Famílias saudáveis glorificam a Deus e promovem a sua agenda no mundo.
  Arcebispo Willian Mikler
Christian Communion International 
Líder do Apostolado para as Nações, 
programa de missões de evangelismo
e ensino presente em 40 nações
Reitor da Abadia St. John’s  


Considero a pesquisa extremamente relevante porque ela fornece dados mais precisos sobre o comportamento dos evangélicos na área da sexualidade. Será, sem dúvida, uma excelente ferramenta não só para os pastores no trato com as suas ovelhas, mas também para aquelas pessoas especializadas na orientação de casais. Não me lembro de outra pesquisa do gênero entre os evangélicos de maneira que se queremos contribuir para uma sexualidade saudável entre os "da fé", esses dados não podem ser desprezados. 
 Geremias do Couto
Jornalista, escritor e conferencista
 My Hope Project da Associação Evangelística Billy Graham.
Assembléia de Deus


Fidelidade e hábitos sexuais entre evangélicos casados


Esses dados são irônicos, já que costumamos colocar o dedo no rosto dos não evangélicos com infindáveis discursos sobre moralidade. Não que a ética de Cristo seja ineficaz, mas o nosso moralismo não é um meio eficaz de promovê-la.
Marcelo Lemos
Pastor e teólogo
Igreja Angllicana Reformada


Dados secundários relativos a população em geral (ver tabela a seguir) nos oferecem subsídios para balizar estes achados. O Ministério da Saúde apresentou em 2009 a maior pesquisa já realizada sobre comportamento sexual do brasileiro. Entre os meses de setembro e novembro de 2008, pesquisadores percorreram as cinco regiões do país para fazer 8 mil entrevistas com homens e mulheres entre 15 e 64 anos. Esta pesquisa apurou que 21% dos homens em relações estáveis vivendo com conjugue mantem relações sexuais esporádicas ou contínuas com outros parceiros. 11% das mulheres, na mesma situação, traem seus companheiros mantendo relação sexual paralela com outro(s) parceiros(s). Estes números indicam que o homem casado evangélico declara trair mais a sua esposa do que o homem casado da população geral. Já as esposas evangélicas são um grupo onde a ocorrência de infidelidade conjugal está abaixo da população total de mulheres casadas brasileiras.                                    

Danilo Fernandes
Survey Director
Profissional de Marketing Digital
Editor do site Genizah



TABELA 1 - Ministério da Saúde 2008








Os dados deixam claro que as igrejas neopentecostais, por se voltarem muito mais para a obtenção de benefícios e a aquisição de felicidade, não estão discipulando tão bem como deveriam os seus fieis e combatendo o pecado de forma eficaz. Os aspectos espirituais estão sendo negligenciados em função dos materiais. 
Maurício Zágari
Jornalista, escritor, tradutor
Editor da Editora Anno Dominni
Editor e locutor do programa de rádio Mosaico Cristão (Rádio 93 FM – RJ).






NOTA ao gráfico 3 - As denominações foram agregadas em grupos a fim de possibilitar inferências. Ver Q2 para todas as denominações.  Pentecostais, batistas e reformados – segundo definição vista em Q2  apresentam resultados semelhantes, dentro da margem de erro. Todos dentro da ocorrência média da população brasileira, segundo pesquisa do MS, supra. Já o grupo formado por neopentecostais está em outra faixa, apresentando frequência de ocorrência de traição conjugal superior à media dos demais grupos evangélicos e da população brasileira em geral.



O que explica as diferenças encontradas entre as denominações neopentecostais e as demais denominações evangélicas em diversas das questões pesquisadas?
Vamos imaginar a igreja evangélica como sendo uma grande estação de tratamento de águas, com seus diferentes tanques, de vários tamanhos e tipos, sendo estes as diferentes denominações e contendo água (fiéis) com níveis diferentes de limpeza e tratamento.
O que podemos falar dos tanques representando as denominações neopentecostais?
São um dos maiores reservatórios, seus tanques são os que vem recebendo mais água nos últimos 20 anos tendo, portanto, mais conexões com a rede de água pública do que qualquer outro tanque. Por conta deste fato, se retirarmos uma amostra de água destes tanques, esta será mais parecida com a água da rede e, portanto, suja, do que a água contida nos demais reservatórios da estação de tratamento. Em outras palavras, a estatística descreve os neopentecostais com com as tintas mais fortes do velho homem, e oferece seu traço mais suave aos renascidos vivendo sob a Graça.
Sabemos que as igrejas neopentecostais são denominações jovens, e não estamos falando das principais fundadas na década de 80, mas mesmo hoje vemos fenômenos como a Igreja Mundial surgirem da noite para o dia. Sendo tanques mais novos, a água ali depositada tende a ser mais nova e menos exposta ao eventual tratamento (discipulado) usado ali para limpar a água.
Estes são fatores que ajudam a explicar pequena parte das diferenças encontradas. Mas não são determinantes. Neste corte específico – CASADOS – o tempo de conversão médio é alto (veja Q3), o que deveria indicar mais maturidade doutrinaria e exposição ao discipulado. Este aspecto anula boa parte dos efeitos explicitados acima. Ou seja, devemos considerar outros fatores.
O que sabemos é que que o que se passa nos tanques neopentecostais não contribui muito para a limpeza da água. Fundamentalmente, porque ali não jorram as águas do Trono. O Evangelho do Reino não é pregado, mas outro antropocêntrico. Obra de homens para homens que comercializam o que não se pode comercializar, deturpam a Palavra e pretendem transformar o Senhor em garçom de bênçãos materiais e milagres obtidos em cassinos religiosos. Uma religião que demoniza tudo, incluindo a responsabilidade pelos próprios erros, incentiva com isto o pecado e ainda e nega o sacrifício de Cristo na Cruz. O resultado é que estes tanques atraem águas "cheias de ambição e egoísmo" caçadoras da promessa de ser água de piscina na vida. Antes de limpar, os reservatórios neopentecostais sujam e apodrecem as águas que ali ficam estagnadas e dominadas pela sedução de falsos tratadores e pela fraqueza de seu próprio fedor.
 Danilo Fernandes
Survey Director
Profissional de Marketing Digital
Editor do site Genizah







Pastoreio e discipulado - uma grande lacuna na vida da igreja brasileira.
Willy Bretas Galgoul 
Editor Ichtus Editorial 
Coisas de Crente






Segundo pesquisa patrocinada pelos laboratórios Pfizer e coordenada pela Dr Carmita Abdoo do Hospital das Clínicas em SP, a média nacional entre casados é de 3X por semana.

Danilo Fernandes
Survey Director



Contra o gosto de líderes que tentam – já há séculos aprisionar a alma dos homens, freando-lhes o humor e o sexo - até que os evangélicos parecem gozar (hi!) a sexualidade de modo satisfatório. Para esse ramo da igreja cristã tidos por intolerantes e retrógrados e cheios de pudor sexual num país reconhecido como um paraíso da tolerância e da exaltação à sensualidade, os evangélicos, mostram-se nessa pesquisa como dos mais felizes e mais atuantes. Nada menos que 73% praticam sexo semanalmente e, se disseram a verdade, parecem realizados.

Rubinho Pirola
Pastor reformado, cartunista
e grato a Deus pelo dom do sexo.



O fato de que um terço dos cristãos casados afirme que se masturba regularmente mostra o quanto esse pecado tem sido relativizado. Recentemente, no twitter, vi um influente líder de jovens defender abertamente que masturbação não é pecado. A quase inexistência da abordagem sobre o assunto nos púlpitos somada a essa relativização e à facilidade da prática têm contribuído muito para isso. Masturbação sem luxúria não existe e, portanto, constitui pecado. Sexo foi feito para ser vivido a dois.

Maurício Zágari
Jornalista, escritor, tradutor
Editor da Editora Anno Dominni
Editor e locutor do programa de rádio Mosaico Cristão (Rádio 93 FM – RJ).






Considero também elevado o indice 32,6% de masturbação como pratica regular, mas ele não pode ser analisado de maneira isolada, mas à luz de diferentes razões para tal comportamento, como, por exemplo, problemas no relacionamento conjugal, indiferença ou doença da esposa ou vício mesmo.

 Geremias do Couto

Jornalista, escritor e conferencista
 My Hope Project da Associação Evangelística Billy Graham.

Assembléia de Deus





Eu achava que masturbação, diante das alternativas disponíveis em termos de pornografia, era pecado só cometido em turma de escola dominical. Impressiona-me o percentual de 32,6% de pessoas casadas praticando a masturbação solitariamente. Em que essa moçada fica pensando enquanto se masturba? E mais, se o sexo no casamento é bom, porque o sujeito prefere “comer a azeitona” ao invés da “feijoada?
  Carlos Moreira
Pastor, escritor, teólogo 
Editor assistente do Genizah








Protegemos o nosso patrimônio, zelamos pela nossa segurança pessoal, mas estamos esquecendo de proteger o mais essencial: a família. Estamos juntos fisicamente, mas envoltos em nossos próprios anseios, problemas e necessidades individuais. Mesmo quando nos voltamos para Deus, cada vez mais, o fazemos como indivíduos, não como família! Não olhamos o outro, não nos ouvimos, não nos acolhemos. Não é este o projeto de Deus para a família. O individualismo destroi o núcleo e a proteção famíliar e o mal invade as nossas casas pelas telas.Veja: A pornografia já está presente em mais de 1/3 dos lares cristãos.

Cláudio Duarte
Pastor e conferencista 




É o sinal claro da falta de temor a Deus na vida da Igreja Brasileira. Que cenário mais terrível! Estamos tomando a forma do mundo e desatentos ao aviso e advertência de Romanos 12:1-2 pra que não nos conformemos a esse presente século. 
Willy Bretas Galgoul 
Editor Ichtus Editorial 
Coisas de Crente





A pesquisa mostra resultados alarmantes quando o assunto é a pornografia na internet, no chamado “meio cristão. [...] Antigamente era preciso correr o risco de deixar o conforto (e a segurança) da casa para ir até à zona de prostituição das cidades. Hoje, a internet – esse gigolô digital – traz a zona até sua casa. É uma espécie de pornô-delivery. No conforto de casa, “protegido” pelo silêncio da madrugada, muitos crentes dão vazão aos delírios mais lascivos de suas almas.

Alan Brizotti 
Teólogo, escritor e conferencista 
Assembleia de Deus







Houve um tempo em que as coisas eram significativamente diferentes, Eu ainda pastoriei neste tempo. [...] e, naquele tempo, até se encontravam coisas que combinavam com a qualificação encontrada na pesquisa, mas não com a quantificação. O que de fato houve foi uma subversão de conteúdo do Evangelho. De maneira que não é uma questão do muro da igreja ter caído ou de mistura (da igreja com o mundo). [...] O Evangelho pregado é que foi ficando rarefeito, foi desaparecendo e de trinta anos para cá, em especial nos últimos vinte anos, o processo se acelerou e o caráter do Evangelho foi totalmente deformado, quando chegaram estas teologias da mágica. [...] Há quanto tempo não se houve mais na TV uma pregação sobre o significado da Cruz de Cristo? E sobre o arrependimento, metanoia? Sobre frutos dignos de arrependimento? [...] O carisma foi trocado pelo caráter. (*)

Caio Fábio
Pastor e escritor
Do Caminho da Graça 


(*) Em seu programa Papo de Graça, 
respondendo a pergunta de Danilo Fernandes


O que a Bíblia diz sobre sexo anal? Sobre o uso de acessórios na prática sexual? Sobre o homossexualismo? Sobre a pornografia? O silêncio de muitos púlpitos sobre tais questões pode soar de duas maneiras: licença para tais práticas, já que não são abertamente condenadas, ou o oposto, uma vez que as mantém como tabu. Alguns chegam a pensar: Ora, se o pastor evita falar sobre o assunto, é porque é tão sujo que não vale a pena abordar. E assim, a ignorância continua… Será que a liderança eclesiástica deveria preocupar-se com o consumo de pornografia por pessoas casadas? A pesquisa revela que 32,03% acessam sites pornográficos. Se o percentual entre casados é tão grande, imagine entre solteiros! Enquanto isso, o púlpito continua omisso. Não basta dizer que é pecado. É necessário abordar as conseqüências disso para um casamento a médio e longo prazo. Como também é importante que se desmascare a indústria pornográfica, da qual são cúmplices todos os que consomem seus produtos.

Bispo Hermes Fernandes
Teólogo reformado, 
compositor, escritor
Líder da Reina


Continue a leitura da Pesquisa O Crente e o Sexo (casados):



- Parte 2 - Vivências; e


- Parte 3 - Atitudas e Percepções.




Sermão do Casamento do Príncipe !!!








Abadia de Westminster — 29 de abril de 2011. 

O CASAMENTO DO PRÍNCIPE WILLIAM E CATHERINE MIDDLETON 

O sermão do bispo de Londres 



“Seja quem Deus quis que você fosse e você irá inflamar o mundo”.


Assim disse Santa Catarina de Siena, cujo dia o festivo se comemora hoje. O casamento deve ser o caminho no qual o homem e a mulher se ajudam mutualmente a ser aquilo que o Senhor planejou para cada um, na expressão mais profunda e verdadeira do ser.

Muitos vivem temerosos pelas perspectivas futuras deste nosso mundo, mas a mensagem desta celebração para o país e para além das nossas fronteiras é a correta. Este é um dia de alegria! E é muito bom que as pessoas de todos os continentes possam compartilhar da alegria destas celebrações, pois este é, como todos os casamentos deveriam ser, um dia de esperança.

De certo modo, todo o casamento é um casamento real, onde a noiva e o noivo, como rei e rainha da criação, constroem juntos uma nova vida, para que através deles, a vida possa fluir para o futuro.

William e Catherine, vocês escolheram se casar na presença de um Deus generoso que amou o mundo de tal maneira que Se deu a nós na pessoa de Jesus Cristo.

E, no Espírito deste Deus generoso, marido e mulher estão prontos a se darem um ao outro.

Nossa existência espiritual evolui à medida que o amor encontra seu centro para além de nós mesmos.

Relacionamentos baseados no compromisso e na fé abrem uma porta para o mistério da vida espiritual, na qual descobrimos o seguinte:

Quanto mais doamos de nós mesmos, mais enriquecemos a nossa alma, mais nos superamos em amor, mais nos tornamos nosso verdadeiro ser e a nossa beleza espiritual é revelada por inteiro.

No casamento, procuramos levar, um ao outro, a uma vida mais plena. Claro que é muito difícil se afastar do egocentrismo. Podemos até sonhar em fazer isto, mas este desejo jamais será atendido, sem que haja uma decisão solene, não importando quais sejam as dificuldades, estaremos comprometidos com o caminho do amor generoso.

Vocês tomaram a sua decisão hoje – “Eu aceito” – e, ao iniciar este novo relacionamento, vocês se alinharam com o que acreditamos ser o caminho pelo qual a vida evolui espiritualmente e que conduzirá a raça humana a um futuro fecundo. Nós contemplamos à frente um século repleto de promessas e também de ameaças. A humanidade confronta a questão do uso sábio do poder que nos foi dado através das descobertas do último século.

Que o nosso engajamento com as oportunidades do futuro não se traduzam meramente na busca por mais conhecimento, se não antes pelo aumento da sabedoria amorosa e a reverência pela vida, pelo planeta e pelo próximo.

O casamento transforma, na medida em que marido e mulher fazem do outro a sua obra prima. A transformação é possível, desde que refreemos as nossas ambições para mudar o nosso parceiro. Se o Espírito flui, não deve haver coerção; cada qual dá ao outro espaço e liberdade. Chaucer, o poeta londrino, resume isto precisamente em uma frase (1):

Quando a preponderância entra, o deus do amor logo Bate as suas asas e adeus, ele se foi.

Á medida em que a existência de Deus se desvanece de tantas vidas no Ocidente, assistimos, em contrapartida, o aumento das expectativas colocadas sobre as relações pessoais e destas serem capazes, sozinhas, de proporcionar felicidade e sentido à vida.

Isto é depositar um fardo muito grande sobre os ombros de nossos conjugues. Nós somos todos incompletos: Nós todos precisamos do amor que é segurança, em vez de opressão. Precisamos nos perdoar mutuamente para florescer.

Na medida em que nos movemos na direção de nosso parceiro no amor, seguindo o exemplo de Jesus Cristo, o Espírito Santo é vivificado em nós preenchendo nossas vidas com luz. Isso conduz a uma vida familiar oferecendo as melhores condições para próxima geração receber e trocar os presentes capazes de superar o medo e a divisão e nutrir o mundo vindouro do Espírito, cujos frutos são o amor e alegria e a paz.

Eu oro para que todos nós, aqui presentes, e os muitos milhões que estão nos assistindo hoje, compartilhando da alegria da nossa celebração, façam tudo ao seu alcance para apoiá-los e sustentá-los em sua nova vida. E peço a Deus que vos abençoe, neste caminho de vida que vocês escolheram. Caminho este, expresso na oração que ambos fizeram em preparação a este dia:

Deus, nosso pai, nós Lhe agradecemos por nossas famílias; pelo amor que partilhamos e pela alegria de nosso casamento. Mantenha na ordem de cada um de nossos dias, nossos olhos fixados naquilo que é verdadeiramente importante na vida e nos ajude a sermos generosos com o nosso tempo, amor e energia. Reforçados pela nossa União, ajuda-nos a servir e consolar aqueles que sofrem. A Isto Te pedimos, no Espírito de Jesus Cristo. Amém.


quinta-feira, 26 de maio de 2011

Governo não fará ‘propaganda de opção sexual’, diz Dilma sobre kit !!!


     A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (26) que não aprova o kit anti-homofobia que estava em elaboração pelo Ministério da Educação para ser distribuído como material didático às escolas. Segundo ela, o governo não pode interferir na vida privada dos brasileiros. Nesta quarta-feita (25), ela suspendeu a produção e entrega das cartilhas e vídeos contidos no kit.


“O governo defende a educação e também a luta contra práticas homofóbicas. No entanto, não vai ser permitido a nenhum órgão do governo fazer propaganda de opções sexuais” (Dilma Rousseff)
                      Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília



        “Nós não podemos interferir na vida privada das pessoas . Agora, o governo pode sim fazer uma     educação de que é necessário respeitar a diferença, que você não pode exercer práticas violentas contra aqueles que são diferentes de você” (Dilma Rousseff)
                                         Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília



     Não pude deixar de ficar feliz com a sensata e inteligente decisão da nossa presidenta (até porque votei nela); o  famigerado Kit Gay que procuraram desenvolver para educação de crianças de 6-7 anos de idade, nada mais é do que uma propaganda à prática de atividades homoafetivas, concordo que cada um tem o direito de escolher sua opção sexual, porém, que cada um decida por sí e não por incentivo do governo, acredito também, que é sim função do Estado preservar o bem estar e os direitos de cada cidadão, sendo a ducação o melhor meio meio de tentar mudar a consciência das pessoas com relação ao preconceito e a violência ao diferente, dessa forma, sou a favor sim de uma proposta educacional que enfatize tolerância às diferenças, sendo de ordem cultural, étnica, religiosa, de orientação sexual entre outras.


  uma das fotos do kit



     Aliviado estou por saber que nossa presidenta proibiu esse conteúdo, mas triste fiquei ao saber das motivações reais; após os protestos recheados de chantagem da bancada religiosa foi determinado então a suspensão do tal Kit, essa chantagem não passou de uma troca entre a cabeça do então ministro Palocci, (para que não o convoquem pra explicar seu rápido enriquecimento) e a proibição do Kit, nessa conjectura percebo que nossa presidenta assinou o atestado de culpa, afinal, quem não deve não teme e os religiosos por sua vez, se venderam deixando de analisar um caso de corrupção pra ganhar a proibição do Kit.
     Fico triste ao perceber que parlamentares que são líderes e se dizem religiosos, facilmente barganham com aquilo que acreditam e pregam, atestando dessa forma que o fim justificam os meios, logo aqueles que deveriam zelar pela verdade, honestidade e hombridade principalmente no ato de gorvernar, são os que fecham os olhos se for necessário, afim de ganhar poder e prestígio com isso.
     Ganhamos? Mas a que preço?
     Na proposta de Deus pras nossas vidas os fins nunca justificam os meios, afinal é mais importante como se caminha, do que chegar ao fim, até porque dependendo de como se caminha, nunca se chega.

     Vejam, como eu gosto da derrocada do Kit Gay, seria hipócrita se negasse. Mas não aprovo os meios. Queremos um Brasil fiel ao Senhor? Que vençamos a guerra por meio da pregação do Evangelho, e não nos aliando ou colocando panos sobre a corrupção. Isso é outro Evangelho, é uma abominação. Se eu já tinha nojo desse grupinho que se pretende defensor da moral “judaico-cristã”, os meios que utilizaram para chegar a vitória só me faz ter mais asco de tudo isso.
                                      Marcelo Lemos, o "homofóbico" (sic!) editor do Olhar Reformado
Em Deus que desde sempre tentou nos ensinar a não barganhar, mas viver em consciência do evangelho em qualquer situação.
Welton Medeiros
Brasília-DF 26/05/2011

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Uma manhã edificante !!! (O Crente e o Sexo)



Chico, Caio Fábio, Welton Medeiros, Danilo Fernandes e Carlos Moreira


     Nesta manha de segunda-feira, estive na casa do Rev. Caio Fábio no programa Papo de Graça exibido todas as manhãs de 9:00hrs até 12:00hrs, no http://www.vemevetv.com.br/ ; Estavam lá também,  Danilo Fernandes (criador) e Carlos Moreira que fazem parte da equipe responsável pelo Blog: http://www.genizahvirtual.com/, que tem durante essses anos produzido um material incrível tanto na seriedade de despertar a consciência cristã para os acontecimentos do meio evangélico no Brasil e no mundo, como na preocupação de tratar de assuntos tão sérios com um humor inteligente, crítico e arrebatador.
     O tema desse encontro foi:

    

      O Crente e o Sexo foi um projeto do BEPEC (Bureau de Pesquisa e Estatística Cristã - http://www.bepec.com.br/) em parceria com o blog Genizah e a Revista Cristianismo Hoje. O processo científico de amostragem foi colhido através de instrumentos de coleta de dados a sob uma amostragem de mais de 70 mil evangélicos, com o uso da ferramenta da AKNA SURVEY. Esse grupo de evangélicos são de diversas denominações evangélicas e faixas etárias, e abordou vários temas com relação ao sexo como: Infidelidade Conjulgal, Hábitos Sexuais, Masturbação, Pornografia no casamento e na família, Sexo Virtual, Tipos de prática Sexual, Uso de Acessórios, Bissexualidade, Homossexualidade, Sexo Antes do Casamento, Satisfação Sexual, entre outros.
     Eu mesmo fiquei boquiaberto com o resultado dessa pesquisa, e me surpreendeu ver que em muitos resultados como o da questão da infidelidade no casamento os evangélicos conseguem ter um índice maior de infidelidade que o índice diagnosticado pelo ministério da saúde entre os não crentes. Sendo assim logo que for disponibilizado publicarei aqui o resultado integral dessa pesquisa para que os amigos leitores possam ter uma percepção geral dos diversos temas relacionados a vida sexual dos evangélicos brasileiro




Danilo Fernandes, Welton Medeiros e Carlos Moreira



Welton Medeiros
Brasília-DF 23/05/2011

Blogueira, esposa de pastor, solta a franga e sai do armário!

 

Vanessa Meira


Em anos recentes a situação tem ficado quase insuportável.

Não dá mais para ficar escondendo algo que faz parte de mim.

Pode soar politicamente incorreto e suscitar os preconceitos de alguém, mas eu preciso confessar isso publicamente.

Espero que minha família e meus amigos me entendam e me apoiem...

Então assumo:

- Eu NÃO sou gay! Eu sou heterossexual. Sou heterossexual, cristã e casada. Gosto de homem, sempre gostei. Pronto, falei!

Nunca pensei em mulheres. Nunca achei desejável o corpo feminino.

Cresci numa família comum... Minha infância foi brincando de bonecas e casinha... E eu sempre era a esposa, a mãe...

Na adolescência, no despertar da minha sexualidade, eu fantasiava, sonhava com romances incríveis e impossíveis...Com homens! Professores, primos, amigos...
Sempre hetero...

Meu mundo é e sempre foi hetero!

Sei que posso enfrentar críticas e preconceitos numa sociedade completamente patrulhada pelo homossexualismo. Mas decidi sair do armário, e não volto atrás.

Depois que "entraram" no armário Ray Boltz, Tonéx e Jennifer Knapp, declarando sua homossexualidade, corro o risco de parecer uma puritana dentro da própria igreja, mas espero que meus irmãos crentes liberais me entendam e continuem me amando.

Amo a Jesus e pretendo servi-lo assim, com a minha "opção" sexual.

Se você chegou até aqui, no final deste post, te agradeço e peço que me entenda. Saiba que assim como eu, muitos outros heteros estão por aí, pressionados, vivendo um grande dilema, sofrendo o medo do preconceito e do rótulo.

E você meu amigo hetero e reprimido:

- Se joga! Ahaza!

- Temos esse direito!


Vanessinha solta a franga no Resumo da Ópera e no Genizah

domingo, 15 de maio de 2011

Não pude deixar de publicar isso !!!!!

     Amigos não posso deixar de publicar esse texto que vi no Blog: http://www.genizahvirtual.com/, o Blog merece Elogios em todos os sentido, e essa postagem (de meadosdo ano passado), não posso deixar de mostrar aqui, veja e tire suas próprias conclusões. Aonde vamos parar !!!!!


Terra Nova agora é Papa! O maluco surtou de vez e tá tomando rivotril de balde!



Habemos PAPA (brazuca!)

E você achando que ia ser o padre Marcelo Rossi? Foi não. Bentinho pode dormir sossegado que apesar dos escândalos de pedofilia, a coroa de Pedro ainda é sua. Este novo papa é GOSPEL, se veste feito cafetão, mora em Manaus, só lê a "briba" Drake versão hardcore e a sua família apostólica tem um "Q" dos Adams. Repara o look cemitério na última foto! Até o bebê vestido de preto! Misericredo!

Pois é! Ele mesmo! Renê Terra Nova, que deverá adotar o nome de Papa Gigabyte XII, o papa mais elegante de todos os tempos. Um estilo fashion assim meio Dunga, meio Elza Soares.

E sabe do pior: Deus tenha piedade dos que seguem o apóstata, pois as suas roupas são o seu menor problema. Veja a matéria em seu prórpio site:

Na noite em que se comemorava o 49o. aniversário do apóstolo Renê Terra Nova, 19 de junho, durante a programação do 13o. Congresso Internacional da Visão Celular, no MIR, em Manaus, líderes do Brasil e das nações reconheceram publicamente diante da igreja, o papel de patriarca o qual o apóstolo Renê tem exercido no Brasil e nas nações por onde tem passado.
O cerimonial do reconhecimento público emocionou a todos os líderes reunidos no MIR.

Após a entrada dos estandartes que representam as 12 tribos, das bandeiras dos 27 Estados brasileiros, e dos representantes internacionais, foi exibido um vídeo mostrando as marcas do patriarcado na vida dos apóstolos do MIR, culminando no ato profético do manto sacerdotal, em cor púrpura, sobre a vida do casal de apóstolos, Renê e Ana Marita Terra Nova.


O apóstolo Fabio Abud, de São Paulo, foi o primeiro a falar, declarando que reconhecia o manto de Patriarca sobre a vida do apóstolo Renê e agradecia pelo pai espiritual que tem a Visão Celular no Brasil. Em seguida, o presidente da ICEJ, Embaixada Cristã Internacional de Jerusalém, Malcolm Hedding,declarou que Israel reconhecia o legado patriarcal que possui o apóstolo, lembrando o chamado de Abraão.
Em mensagem exibida no vídeo, a apóstola Valnice Milhomens, que esteve ontem no MIR, declarou a importância do apóstolo Renê Terra Nova para o Brasil, devido a sua liderança de amor, dedicação, e seriedade no que faz. O apóstolo Marcel Alexandre representou a voz local, e emocionado declarou em nome de todo o MIR, e igrejas de Manaus, o reconhecimento de que há um Patriarca de uma visão no Brasil, e mentor de uma nova geração de líderes desatados na Visão.


A família do casal, representada pela filha mais velha, Larrissa Terra Nova, também reconheceu o legado patriarcal que há na vida de seus pais, e muito emocionada declarou que nunca conheceu alguém com tamanha integridade, amor e seriedade, com que seu pai se dedica ao ministério. Dona Guiomar, mãe do apóstolo, não conseguiu dizer muitas palavras, mas agradeceu a Deus pelo filho que tem, e pela resposta da liderança de seu filho, demonstrada pela multidão de discípulos que há no Brasil.
Os pastores e líderes das equipes do apóstolo Renê Terra Nova subiram ao altar do MIR para profeticamente colocarem o manto de púrpura, que representava a unção patriarcal. Os apóstolos deitaram sobre os ombros do casal Terra Nova, orando para que Deus derramasse uma nova unção sobre eles. Um novo tempo chega para a Visão Celular no Brasil e no mundo.

sábado, 14 de maio de 2011

Uma ótima e equilibrada postagem sobre a decisão do STF com relação a união homoafetiva !!!

     Venho pela primeira vez publicar um texto de outra pessoa, que exprime em seu conteúdo uma ótima opinião sobre a decisão do STF com relação a união homoafetiva, bem como a disputa vaidosa entre os religiosos e os homossexuais acerca do mesmo tema. (texto retirado do blog:http://www.genizahvirtual.com/)


Dois surdos: Os religiosos e o movimento Gay

William Douglas
Juiz federal, RJ


A decisão do STF, de ser comemorada e criticada, é apenas mais um round na luta irracional que se desenvolve entre religiosos e o movimento gay. O STF acertou na decisão, mas errou em sua abordagem. Ao invés de interpretar a Constituição, ousou reescrevê-la sem legitimidade para tanto. Mas, que razões levaram a Corte Suprema a isso? A imperdoável incapacidade dos contendores de agir de forma tolerante, democrática e respeitosa. A terrível intenção, de ambos os lados, de forçar o outro a seguir seus postulados, em atentado contra a liberdade de escolha, opinião e crença.


Quem ler os relatos contidos em anais da constituinte verá que incluir o casamento gay na Constituição foi assunto derrotado nas votações. O STF mudar esse conceito e ignorar a decisão do constituinte originário é ativismo judicial da pior espécie, mas o STF tem suas razões: os religiosos, ao invés de negociar uma solução, se negam a mexer na Constituição.


O erro da intolerância, o movimento gay também comete ao tentar impor um novo conceito de casamento ao invés da aceitação da união civil estável homoafetiva, e mais ainda, ao defender um projeto de lei contra homofobia que desrespeita a liberdade de opinião e religiosa (PLC 122). Isso para não falar do "kit gay", uma apologia ofensiva e inaceitável para grande parcela da população. Não há santos aqui, só pecadores. Em ambos os lados.


Erram os religiosos ao querer impedir a união civil homossexual, calcando-se em suas crenças, as quais, evidentemente, não podem ser impostas à força. Mas erra também o movimento gay em querer enfiar goela abaixo da sociedade seus postulados particulares. Vivemos uma era de homofobia e teofobia, uma época de grupos discutindo não a liberdade, mas quem terá o privilégio de exercer a tirania.


Negar o direito dos gays é tirania dos religiosos. De modo idêntico, impor sua opinião aos religiosos, ou calá-los, ou segregá-los nas igrejas como se fossem guetos é tirania do movimento gay. Nesse diálogo de surdos, o STF foi forçado a decidir em face da incompetência do Congresso, dos religiosos e do movimento gay, pela incapacidade de se respeitar o direito alheio.


Anotemos os fatos. O STF existe para interpretar a Constituição, não para reescrevê-la. Onze pessoas, mesmo as mais sábias, não têm legitimidade para decidir em lugar dos representantes de 195 milhões de brasileiros. Os conceitos "redefinidos" pelo STF são uma violência contra a maioria da população. Nesse passo, basta ler o artigo Ulisses e o canto das sereias: sobre ativismos judiciais e os perigos da instauração de um terceiro turno da constituinte, de Lênio Luiz Streck, Vicente de Paulo Barreto e Rafael Tomaz de Oliveira, disponível em meu blog. O resumo: apenas Emenda à Constituição pode mudar esse tipo de entendimento. O problema: a maioria se recusa a discutir uma solução contemporizadora que respeite e englobe a todos.


O Supremo agiu bem em alertar sobre a incapacidade das partes de resolverem seus problemas no Congresso, mas errou em, ao invés de se limitar a assegurar direitos de casais discriminados, invadir o texto da Constituição para mudá-lo manu militari.


O STF não se limitou a garantir a extensão de direitos, mas quis reescrever a Constituição e modificar conceitos, invadindo atribuições do Poder Legislativo. Conceder aos casais homossexuais direitos análogos aos decorrentes da união estável é uma coisa, mas outra coisa é mudar conceito de termos consolidados, bem como inserir palavras na Constituição, o que pode parecer um detalhe aos olhos destreinados, mas é extremamente grave e sério em face do respeito à nossa Carta Magna. “Casamento” e “união civil” não são mera questão de semântica, mas de princípios, Nem por boas razões o STF pode ignorar os princípios da maioria da população e inovar sem respaldo constitucional.


Enfrentar discriminações é louvável, mas agir com virulência contra os conceitos tradicionais, e, portanto, contra o Congresso e a maioria da população, diminui a segurança jurídica diante da legislação. A tradição existe por algum motivo e não deve ser mudada pelo voto de um pequeno grupo, mas pela consulta ao grande público ou através de seus representantes, eleitos para isso.


O art. 1.726 do Código Civil diz que uma união estável pode ser convertida em casamento mediante requerimento ao juiz. Ora, pelo que o STF decidiu, foi imposto, judicialmente, o casamento gay. Até os ativistas gays, os moderados, claro, consignam o cuidado de não se chamar de casamento a união civil. Os ativistas não moderados, por sua vez, queriam exatamente isso: enfiar goela abaixo da maioria uma redefinição do conceito de casamento. Não se pode, nem se deve, impedir que um casal homossexual viva junto e tenha os direitos que um casal heterossexual tem, mas também não se pode impor um novo conceito que a maioria recusa.


Abriu-se, em uma decisão com intenção meritória, o precedente de o STF poder substituir totalmente o Congresso. Salvo expressa determinação da Constituição para que o faça, quando o Congresso não legisla sobre um tema, isso significa que ele não quer fazê-lo, pois se quisesse o teria feito. Há um período de negociação, existem trâmites, existem protocolos. O STF não pode simplesmente legislar em seu lugar, tomar as rédeas do processo legislativo. Mas, que o Congresso e as maiorias façam sua mea culpa em não levar adiante a solução para esse assunto.
O STF deve proteger as minorias, mas não tem legitimidade para ir além da Constituição e profanar a vontade da maioria conforme cristalizada na Constituição. O que houve está muito perto de criar, pelas mãos do STF, uma ditadura das minorias, ou uma ditadura de juízes. O STF é o último intérprete da Constituição, e não o último a maculá-la. Ou talvez o primeiro, se não abdicar de ignorar que algumas coisas só os representantes eleitos podem fazer.


Precisamos caminhar contra a homofobia e o preconceito. E também precisamos lembrar que cresce em nosso meio uma nova modalidade de preconceito e discriminação: a teofobia, a crençafobia e a fobia contra a opinião diferente – o que já vimos historicamente que não leva a bons resultados.
O PLC 122, em sua mais nova emenda, quer deixar ao movimento gay o direito de usar a mídia para defender seus postulados, mas nega igual direito aos religiosos. Ou seja, hoje, já se defende abertamente o desrespeito ao direito de opinião, de expressão e de liberdade religiosa. Isso é uma ditadura da minoria! Isso é, simplesmente, inverter a mão do preconceito, é querer criar guetos para os religiosos católicos, protestantes, judeus e muçulmanos (e quase todas as outras religiões que ocupam o planeta) que consideram a homossexualidade um pecado. Sendo ou não pecado, as pessoas têm o direito de seguir suas religiões e expressar suas opiniões a respeito de suas crenças.


E se o STF entender que o direito de opinião e expressão não é bem assim? Isso já é preocupante, porque o precedente acaba de ser aberto. E se o STF quiser, assim como adentrou em atribuições do Congresso, adentrar naquilo que cada religião deve ou não professar? 


O fato é que as melhores decisões podem carregar consigo o vírus das maiores truculências. Boa em reconhecer a necessidade de retirar do limbo os casais homossexuais, a decisão errou na medida. Quanto ao mérito da questão, os religiosos e ativistas moderados deveriam retomar o comando a fim de que a sociedade brasileira possa conviver em harmonia dentro de nossa diversidade.



William Douglas é juiz federal , mestre em Direito,
especialista em políticas públicas e governo. http://www.williamdouglas.com.br/

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