Piedra negra sobre piedra blanca
Me moriré en París con aguacero,
un día del cual tengo ya el recuerdo.
Me moriré en París -y no me corro-
talvez un jueves, como eshoy, de otoño.
Jueves será, poruqe hoy, jueves, que proso
estos versos, los húmeros me he puesto
a la mala y, jamás como hoy,me he vuelto,
con todo mi camino, a verme solo.
César Vallejo ha muerto, le pegaban
todos sin que él les haga nada;
le daban duro con un palo y duro....
Pedra negra sobre pedra branca
Morrerei em París com temporal ,
um dia do qual já tenho lembranças
Morrerei em París - e não fujo -
talvez uma quinta, como é hoje, de outono.
Quinta será, porque hoje, quinta, que canto
estes versos, os húmeros coloquei
na mala e, jamais como hoje, retornei
com todo meu caminho, o solo vil.
César Vallejo morreu, pegaram-no
todos sem que lhes tenha feito nada;
golpearam-no duramente com um madeiro e duramente
são testemunhas as quintas e os ossos húmeros,
a solidão, a chuva, e os caminhos...
1892-1938
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