sexta-feira, 29 de junho de 2012

IBGE divulga dados do censo 2010 sobre a população evangélica: Somos 42 milhões e 22,2% da população.





TERRA
ANDRÉ NADDEO


 Herança da colonização portuguesa, o catolicismo enfrenta o momento de maior arrefecimento da história do Brasil. É o que constatou o levantamento feito em todos os municípios do País no Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE), que pesquisou em diversos níveis os aspectos religiosos da população brasileira. Em pouco mais de 20 anos, o número de brasileiros que se declararam católicos caiu 22,4%.

Confira a evolução das religiões no Brasil desde 1872 Para se ter uma ideia, em 1940, o mesmo IBGE constatava um percentual de 95% de católicos no Brasil. Em 1991, este número passou para 83%. Posteriormente, em 2000, na queda mais acentuada, foi para 73,6%, até chegar, 10 anos depois, nos atuais 64,6% dos cerca de 190 milhões de brasileiros .

Mesmo mantendo sua predominância, o catolicismo perde cada vez mais terreno para a religião evangélica. A pesquisa do Censo constatou que 22,2% do País está inserido nas crenças das igrejas de missão e pentecostais, dentre outras que pregam o evangelismo. O salto de 6,8%, em relação ao levantamento do ano 2000, se torna ainda maior se voltarmos ao ano de 1940, quando os evangélicos entraram na pesquisa e apareciam apenas com 2,6%. Ou seja, em pouco mais de 70 anos, cresceram 20,4%.

"Entre os católicos é comum ter pessoas não praticantes, que se declaram católicos. E nas outras religiões não, o que se declara é um participante mesmo. Essa é a grande diferença. O evangélico, por exemplo, participa muito mais. É fiel aos princípios da igreja", diz Cláudio Crespo, coordenador de população e indicadores sociais do IBGE. "A tendência é essa, de redução da população que se declarou católica, algo que vem sendo observado desde a década de 90", completa. Se o catolicismo ainda é hegemônico, o Brasil, no entanto, convive cada vez mais com a pluralidade religiosa. O Censo revelou que 2% dos entrevistados se declararam espíritas (aumento de 0,7% em relação ao ano de 2000), enquanto que umbanda e candomblé respondem por 0,3% (sem alteração). Outras religiosidades, como o islamismo, por exemplo, estão presentes em 2,7% (acréscimo de 0,9%) da população, enquanto que 8% dos brasileiros não têm religião. Apenas 0,1% não souberam responder, ou não quiseram prestar a informação.

"Neste contexto, o (Estado do) Rio Grande do Sul é um exemplo interessante disso, porque dependendo da região, e da ocupação que ocorreu, o Sul tem uma presença espírita e umbandista forte, tem uma ocupação de evangélicos de missão e também de católicos. É um Estado que se mostra bastante plural", exemplificou Crespo.

Nas regiões Norte e Centro-Oeste a diversificação dos grupos religiosos é marcada pela presença expressiva de evangélicos, sobretudo dos pentecostais, os quais têm também importante presença nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Os católicos, por sua vez, ainda que soberanos, têm maior representatividade no Nordeste: 72% dos habitantes.

No comparativo dos sexos, 65,5% dos homens brasileiros se declararam católicos, na maior presença masculina dentre as religiões. Nas demais crenças, as mulheres são maioria: 24,1% são evangélicas, 2,3%, espíritas, 0,3% adeptas da umbanda e candomblé e 2,9%, de outras religiões.

Mais de 42 milhões de fiéis O avanço das Igrejas Evangélicas no Brasil é ainda mais clara quando os percentuais são deixados de lado para o comparativo dos números brutos da pesquisa. São exatos 42.275.440 brasileiros que se declararam evangélicos, enquanto os católicos apostólicos romanos, majoritários, formam um grupo de 123.280.172 habitantes.

Dos cerca de 42 milhões de evangélicos, mais de 25 milhões são de origem pentecostal. Somente a Assembleia de Deus, Igreja de maior representatividade, possui 12 milhões de fiéis. Elas serviram de alicerce, ainda, para outro dado importante: enquanto 79% dos moradores de áreas urbanas responderam que são católicos, o maior número absoluto dos que moram no campo, nas grandes cidades, 23,5% são evangélicos.

"A partir do êxodo rumo às grandes cidades, da década de 70 para 80, você tem o surgimento da Igreja Universal do Reino de Deus, por exemplo, que aproveita a oportunidade para criar o que chamamos de igreja de periferia, como igreja de portas abertas para receber esse pessoal 'sem eira nem beira', sem ter onde ficar", explica Maria Goreth, coordenadora de indicadores sociais do IBGE.

Este efeito migratório encontra reflexo ainda nas idades dos entrevistados. Se os católicos encontram mais representatividade entre os brasileiros que têm mais de 40 anos, ou seja, oriundos da época em que o catolicismo era soberano, os evangélicos têm maior proporção entre crianças e adolescentes, que escolheram a religião que acolheu os pais neste êxodo.

Outras curiosidades

- O município de União da Serra, no Rio Grande do Sul, é o mais católico do Brasil: 99,18% dos moradores seguem da religião; - O município de Arroio do Padre, também no RS, é o mais evangélico: 85,84% dos moradores; - Palmelo, em Goiás, concentra o maior número de espíritas: 45,5%; - Cidreira, novamente no RS, tem 5% de praticante de umbanda e candomblé; - O islamismo responde apenas por 1,2% do grupo de outras religiosidades; - Sobre os que se declararam sem religião, 4% são ateus.







quarta-feira, 27 de junho de 2012

Refutação ao discurso da prosperidade de Silas Malafaia







Silas Malafaia e a prosperidade em 2 Coríntios 9

Um dos assuntos mais polêmicos no meio evangélico brasileiro é a teologia da prosperidade. E entre as várias polêmicas, um personagem que se destaca certamente é o pastor Silas Malafaia, da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Em uma Santa Ceia comemorada com sua igreja, o pastor pregou uma mensagem intitulada “Uma vida de prosperidade”, baseada no texto de 2 Coríntios 9. Ela dá uma boa perspectiva de como um defensor da teologia da prosperidade se aproveita do texto bíblico para defendê-la.



O pastor está plenamente convencido que este texto ensina claramente a teologia da prosperidade, chamando-o de “o melhor compêndio sobre o assunto”. Sua confiança é tanta, que recentemente em seu programa televisivo Vitória em Cristo, ele anunciou um desafio aos seus críticos. Ele os desafiava a responder biblicamente aquilo que ele pregou ali.

Da mesma forma, em vários momentos em sua pregação, ele repetiu aquilo que disse no início:
Eu queria que você fizesse 3 coisas. Não apenas comigo... Não apenas comigo... Mas isto fosse para você um lema, sobre tudo que você escuta. Faça estas 3 coisas: Duvidar, criticar e determinar.
Não apenas isto, mas ele ainda diz na mesma mensagem:
Você não pode receber aberto, direto, uma palavra, sem você antes analisá-la.
Aparentemente sua interpretação do texto é tão clara que qualquer um que o examine chegará às mesmas conclusões. E aparentemente nem os críticos de Malafaia seriam capazes de responder aquilo que ele pregou nesta mensagem.

Neste presente texto, aceitamos o convite feito pelo pastor. Não o convite ao desafio, que não faz o menor sentido, mas sim à análise do texto em questão. Afinal de contas, este texto realmente fala sobre ofertas à igreja? Este texto fala sobre prosperidade, assim como é entendida pelos defensores da teologia da prosperidade?

O tema de 2 Coríntios 9

É verdade que o texto de 2 Coríntios 9 fala de ofertas. Mas a pergunta que devemos fazer inicialmente é, que tipo de ofertas estamos tratando neste texto? E este tipo de pergunta naturalmente nos leva à análise do contexto. Somente entendendo o assunto tratado por Paulo nesta parte de sua carta é que nos será possível avaliar o significado de “oferta” aqui.

Paulo então começa a tratar do tema das ofertas no capítulo 8. Ali Paulo lembra o exemplo da Macedônia:
(2Co 8:3) Porque, dou-lhes testemunho de que, segundo as suas posses, e ainda acima das suas posses, deram voluntariamente,
(2Co 8:4) pedindo-nos, com muito encarecimento, o privilégio de participarem deste serviço a favor dos santos;
O tema do ato voluntário na doação será novamente mencionado por Paulo no capítulo 9, e será bastante enfatizado pelo pastor Malafaia. O pastor considera isto como uma característica do verdadeiro ofertante. Mas embora estes versículos – à primeira vista – possam se encaixar muito bem na pregação dele numa análise rápida e superficial, o contexto indica uma mensagem muito diferente, como podemos ver dos dois versículos anteriores:
(2Co 8:1) Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus que foi dada às igrejas da Macedônia;
(2Co 8:2) como, em muita prova de tribulação, a abundância do seu gozo e sua profunda pobreza abundaram em riquezas da sua generosidade.
Qual é a graça de Deus que foi dada às igrejas da Macedônia? Aqui Paulo não cita nenhuma das sugestões que Malafaia faz ao tratar da graça de Deus na vida do ofertante. A riqueza aqui é de generosidade. Eles eram pobres, mas mesmo assim generosos. Esta foi a graça dada por Deus a eles.

Mas esta generosidade não era para com a igreja local ou para suprir os desígnios particulares dos seus pastores. A generosidade é para com os santos, como Paulo relata no versículo 4. Quem são estes santos? As igrejas da Macedônia e de Corinto estavam organizando doações para os irmãos pobres em Jerusalém:
(Rm 15:25) Mas agora vou a Jerusalém para ministrar aos santos.
(Rm 15:26) Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia levantar uma oferta fraternal para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém.
(Rm 15:27) Isto pois lhes pareceu bem, como devedores que são para com eles.
Porque, se os gentios foram participantes das bênçãos espirituais dos judeus, devem também servir a estes com as materiais.
(Rm 15:28) Tendo, pois, concluído isto, e havendo-lhes consignado este fruto, de lá, passando por vós, irei à Espanha.
Assim, Paulo aqui está se referindo à coleta feita para ajudar os irmãos pobres de Jerusalém comentando com os coríntios como eles eram generosos pela graça de Deus. E então devemos observar aqui que Paulo reconhece que os coríntios eram ricos em tudo. No entanto, sua descrição não inclui nada que foi mencionado na mensagem do pastor Malafaia:
(2Co 8:7) Ora, assim como abundais em tudo: em fé, em palavra, em ciência, em todo o zelo, no vosso amor para conosco, vede que também nesta graça abundeis.
Paulo exorta aos coríntios aqui a serem ricos em generosidade também, ajudando também os pobres em Jerusalém. Como podemos ver no início deste capítulo, abundar não está ligado a melhorias materiais e emocionais, ou relacionado a mais vitórias espirituais. E riqueza aqui nem sempre está ligada a bens materiais. De fato, Paulo aqui emprega os termos rico e pobre para falar da glória e humilhação de Cristo, bem como nossa Salvação:
(2Co 8:8) Não digo isto como quem manda, mas para provar, mediante o zelo de outros, a sinceridade de vosso amor;
(2Co 8:9) pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que pela sua pobreza fôsseis enriquecidos.
Mas Paulo toca neste assunto das contribuições exatamente por que a igreja de Corinto se prontificou a ajudar também, como ele mesmo diz:
(2Co 8:10) E nisto dou o meu parecer; pois isto vos convém a vós que primeiro começastes, desde o ano passado, não só a participar mas também a querer;
(2Co 8:11) agora, pois, levai a termo a obra, para que, assim como houve a prontidão no querer, haja também o cumprir segundo o que tendes.
(2Co 8:12) Porque, se há prontidão de vontade, é aceitável segundo o que alguém tem, e não segundo o que não tem.
Observem aqui que Paulo diz para eles contribuírem segundo o que possuem. Ninguém é incentivado a dar mais do que puder para ajudar. Este ponto revela algo importante na concepção de Paulo sobre a ajuda ao pobre e que ele diz mais claramente nos próximos versículos:
(2Co 8:13) Pois digo isto não para que haja alívio para outros e aperto para vós,
(2Co 8:14) mas para que haja igualdade, suprindo, neste tempo presente, na vossa abundância a falta dos outros, para que também a abundância deles venha a suprir a vossa falta, e assim haja igualdade;
(2Co 8:15) como está escrito: Ao que muito colheu, não sobrou; e ao que pouco colheu, não faltou.
A oferta tem que ser feita de tal forma que não haja prejuízo para ninguém. Não deve ser centralizada a benefício de uma pessoa ou um grupo reduzido, sob qualquer pretexto... Ninguém deve ajudar a aliviar uma pessoa, enquanto se coloca em uma posição de aperto. Se todo este texto puder ser aplicado às ofertas na igreja, isto não significaria que a igreja também é responsável em partilhar seus bens em abundância com os membros mais pobres? O pastor que compra jatinhos não deveria antes buscar a igualdade entre seus membros? Já que o pastor Malafaia evoca a lei da semeadura em sua mensagem, poderia adicionar esta citação que Paulo faz aqui, mencionando que aquele que semeia muito e por consequência colhe muito, também não tem sobra... Ele compartilha e generosamente reparte os seus bens com os irmãos necessitados.

E assim, Paulo continua o texto apresentando os irmãos que ele enviou adiante, entre eles Tito. Terminadas as apresentações, Paulo passa para o capítulo 9, que é o texto que pretendemos analisar aqui.

O texto de 2 Coríntios 9

Paulo então termina o capítulo anterior apresentando os irmãos que ele enviou adiante, para conferir as ofertas. Alguém poderia pensar que esta atitude revela certa desconfiança de Paulo e é por isto que o apóstolo esclarece bem este ponto no início do capítulo:
(2Co 9:1) Pois quanto à ministração que se faz a favor dos santos, não necessito escrever-vos;
(2Co 9:2) porque bem sei a vossa prontidão, pela qual me glorio de vós perante os macedônios, dizendo que a Acaia está pronta desde o ano passado; e o vosso zelo tem estimulado muitos.
(2Co 9:3) Mas enviei estes irmãos, a fim de que neste particular não se torne vão o nosso louvor a vosso respeito; para que, como eu dizia, estejais preparados,
(2Co 9:4) a fim de, se acaso alguns macedônios forem comigo, e vos acharem desaparecidos, não sermos nós envergonhados (para não dizermos vós) nesta confiança.
(2Co 9:5) Portanto, julguei necessário exortar estes irmãos que fossem adiante ter convosco, e preparassem de antemão a vossa beneficência, já há tempos prometida, para que a mesma esteja pronta como beneficência e não como por extorsão.
Então a intenção de Paulo era garantir que as ofertas já estivessem prontas quando ele chegasse, pois temia que a preparação apenas no momento da sua chegada desse a entender para qualquer pessoa que pudesse acompanhá-lo, que as ofertas não haviam sido doadas voluntariamente.

Malafaia faz algumas citações desta primeira parte em sua pregação. Ele cita o versículo 2 para mostrar como o verdadeiro ofertante deve ser. E embora a oferta referida no texto não esteja falando exatamente de dízimos e ofertas, devemos concordar que a prontidão em servir é algo inerente ao ofertante cristão.

No entanto, a forma que Malafaia trata o versículo 4 está completamente errada. Ele primeiro pergunta, “O que é a oferta?”, respondendo depois com a citação da última parte do versículo: “firme fundamento de glória”. Ele usa o texto da Almeida Corrigida e Fiel em suas citações, e no versículo 4 o texto diz:
(2Co 9:4) A fim de, se acaso os macedônios vierem comigo, e vos acharem desapercebidos, não nos envergonharmos nós (para não dizermos vós) deste firme fundamento de glória.
No entanto, a glória de que Paulo está falando não é a glória de Deus aqui. Ele está fazendo referência aqui à prontidão dos coríntios, que era o motivo do apóstolo se gloriar, como ele diz no versículo 2:
(2Co 9:2) porque bem sei a vossa prontidão, pela qual me glorio de vós perante os macedônios, dizendo que a Acaia está pronta desde o ano passado; e o vosso zelo tem estimulado muitos.
O versículo 3 na Almeida Corrigida Fiel deixa isto mais claro:
(2Co 9:3) Mas enviei estes irmãos, para que a nossa glória, acerca de vós, não seja vã nesta parte; para que (como já disse) possais estar prontos,
E por isto que na Almeida Atualizada, o versículo 4 fala de “confiança”, não de “fundamento de glória”. Outras traduções bíblicas deixam o significado ainda mais claro. Na Tradução Ecumênica da Bíblia (TEB), temos:
(2Co 9:3) Eu vos envio os irmãos, a fim de que o orgulho que tenho de vós não seja esvaziado neste ponto e a fim de que estejais realmente prontos, como eu dizia.
(2Co 9:4) Teria receio de que, se macedônios fossem comigo e não vos achassem prontos, esta bela segurança se transformasse em vergonha nossa, para não dizer vossa.
Bíblia de Jerusalém:
(2Co 9:3) Entretanto mando-vos os irmãos, a fim de que o elogio que de vós fiz não seja desmentido neste ponto e para que, como dizia, estejais realmente preparados.
(2Co 9:4) Se alguns macedônios fossem comigo e não vos encontrassem preparados, essa plena confiança seria motivo de nos envergonharmos - para não dizer: de vos envergonhardes.
Bíblia do Peregrino:
(2Co 9:3) Eu vos envio os irmãos, para que nosso orgulho por vós nesse ponto não acabe infundado. Portanto, como vos dizia, estai preparados.
(2Co 9:4) Pois, se chegam comigo os macedônios e vos encontram despreparados, nós, para não dizer vós, ficaremos decepcionados em nossas esperanças.
NVI:
(2Co 9:3) Contudo, estou enviando os irmãos para que o orgulho que temos de vocês a esse respeito não seja em vão, mas que vocês estejam preparados, como eu disse que estariam,
(2Co 9:4) a fim de que, se alguns macedônios forem comigo e os encontrarem despreparados, nós, para não mencionar vocês, não fiquemos envergonhados por tanta confiança que tivemos.
O sentido do versículo é que se por acaso os macedônios fossem com Paulo e não encontrassem os coríntios em prontidão, como muitos acreditavam e com base em que foram incentivados, todos iriam se envergonhar. Se envergonhariam de ter acreditado que os coríntios estavam assim. Então, Paulo ali não está nem de longe falando da oferta ser fundamento de glória. Esta ideia - fruto de uma tradução antiga, do tempo em que ninguém pensava em deturpar um texto que era então claro para os leitores - nem passou pela cabeça do apóstolo.

No versículo 5, Malafaia destaca dois pontos. O primeiro é feito quando ele explica o que é oferta. Neste ponto, ele destaca a palavra bênção, presente na Almeida Corrigida e Fiel. Para ele, a bênção é “favor divino e meio de felicidade”. No entanto, as bênçãos aqui preparadas são as “vossas bênçãos”, não “as bênçãos de Deus”. Isto quer dizer que aqueles irmãos foram preparar as bênçãos dos irmãos de Corinto para os irmãos de Jerusalém. As bênçãos aqui não são primariamente favores divinos, mas são os favores entre irmãos. Embora haja passagens que falem de Deus abençoando aquele que ajuda os irmãos, o simples uso da palavra bênção em lugar de oferta não implica nesta ideia aqui.

O segundo ponto destacado por Malafaia no versículo 5 é a prontidão. Para ele, a oferta é um ato de inteligência no sentido de que o ofertante tem que planejar aquilo que vai ofertar. Aqui não há ressalvas.

O versículo 6 nos traz uma ilustração muito interessante, baseada na semeadura. É o texto que faz o pastor Malafaia “deitar e rolar”, como ele faz questão de ressaltar em sua mensagem. O que diz o versículo?
(2Co 9:6) Mas digo isto: Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e aquele que semeia em abundância, em abundância também ceifará,
Há a proporção entre o que é semeado e o que é ceifado, que é chamado pelo pastor de “lei da semeadura”. Ele vê aqui uma enunciação clara daquilo que conhecemos por teologia da prosperidade: aquele que paga mais dízimos e ofertas recebe mais bênçãos de Deus. Seria esta uma leitura válida?

Para avaliarmos isto, continuemos a ler o que é dito no versículo 7:
(2Co 9:7) Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria.
Paulo já tinha exortado os coríntios a serem generosos, como vimos da análise do capítulo 8. No versículo 7 que complementa a ideia do versículo 6, Paulo exorta os coríntios a contribuírem sem tristeza ou constrangimento. Tristeza, por que aquele que contribui pode pensar que nunca mais verá o dinheiro que contribuiu. Quanto a isto, João Calvino fornece uma ótima explicação para a comparação com a semeadura:
6. Digo, porém, isto. Ele agora recomenda a assistência caridosa, usando uma bela comparação em que vincula-a à semeadura. Pois, na semeadura, a semente é lançada pela mão, espalhada aqui e ali, sobre o solo; é sepultada e, por fim, apodrece; de tal modo que, aparentemente, quase nem existe. Dá-se o mesmo com o donativo: o que sai de nós para alguém, parece diminuir o que possuímos, mas o tempo da ceifa virá, quando os frutos aparecerão e serão recolhidos. Pois o Senhor considera o que é doado aos pobres como sendo doado a Ele mesmo, e um dia recompensará o doador com juros fartos [Pv 19.17].

Focalizaremos agora a comparação de Paulo. Ele diz que o homem que é frugal em sua semeadura terá uma colheita tão escassa quanto sua semeadura; mas o homem que semeia generosamente e com as mãos abertas fará, igualmente, uma colheita generosa. Que esta doutrina seja solidamente radicada em nossa mente, a saber: sempre que a prudência carnal nos impedir de fazer o bem por receio de perdermos algo, tenhamos prontamente condições de resistir a tais impulsos, movidos pela lembrança da declaração do Senhor de que, ao fazermos o bem, estamos semeando. É preciso entender esta colheita, seja em termos de recompensa espiritual de vida eterna ou como uma referência às bênçãos terrenas com as quais o Senhor agracia o benfeitor. Pois o Senhor requer esta beneficência da parte dos crentes não só no céu, mas também neste mundo. É como se Paulo quisesse dizer: “Quanto mais liberais venhais a ser para com vosso semelhante, possuireis muito mais ricamente a bênção que Deus derrama sobre vós”. Aqui, novamente, ele usa o termo bênção como oposto de frugal, assim como um pouco antes ele o contrasta com avareza. Tudo indica que a palavra é aqui usada no sentido de liberalidade ampla e abundante.
(João CalvinoComentário de 2 Coríntios, Editora Fiel, páginas 231 e 232)
Assim, a ilustração da semeadura realmente declara uma proporcionalidade entre doação e bênçãos recebidas. No entanto, esta ilustração foi feita para incentivar os irmãos a se ajudarem mutuamente. Aqui nem passava pela cabeça de Paulo incentivar quem quer que fosse a buscar a prosperidade material egocêntrica.

O versículo 7 é várias vezes citado por Malafaia.
(2Co 9:7) Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria.
Para o pastor, o versículo mostra tanto como é o verdadeiro ofertante quanto os resultados da oferta na vida do ofertante. Como já mencionamos, o versículo exorta a não dar com tristeza, e neste ponto a ilustração da semeadura é muito importante. Aqui ainda nos é dado mais um incentivo à generosidade, onde Paulo nos diz que Deus ama aquele que dá com alegria. Os dois pontos são destacados pelo pastor, no entanto temos que lembrar que aqui, a oferta é a contribuição aos irmãos pobres de Jerusalém. Por outro lado, ao descrever como o ofertante se beneficia do amor de Deus, Malafaia nos diz:
Se Deus ama, Deus protege. Se Deus ama, Deus guarda. Se Deus ama, Deus supre.
Certamente isto é verdade. Mas este não é o único aspecto do amor de Deus e não parece ser estes aspectos que estão em vista neste texto. Paulo dá uma outra perspectiva no próximo versículo:
(2Co 9:8) E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda boa obra;
É deste versículo que o pastor Malafaia retira sua “lei total do favor de Deus” e onde ele explica que “graça é o favor imerecido, benevolente, amoroso de Deus para o homem”. Para ele esta graça atua na vida material, na vida emocional e na vida espiritual, que por sua vez, é exemplificado nas curas, vitórias espirituais, resolução de problemas financeiros e emocionais. No entanto, Paulo nos diz a finalidade para a qual esta graça de Deus abunda: “a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda boa obra”.

O versículo, portanto, é ainda mais amplo do que a interpretação que Malafaia dá a ele, e aqui é interessante o emprego da palavra suficiência (αὐτάρκεια), ou seja, um estado de ter o que é adequado (definição extraída da BDAG - A Greek-English Lexicon of the New Testament and other Early Christian Literature -, de Frederick William Danker e Walter Bauer, pág. 152). Isto indica que Deus dá sua graça com o objetivo de termos apenas o que nos é suficiente em tudo. Tendo esta suficiência, poderemos abundar em toda a obra. Sendo assim, não podemos entender esta graça dada como um contrato de prosperidade financeira proposto por Deus ao crente. Devemos entender aqui que Deus não deixaria o ofertante passar necessidade por ajudar os pobres.

É interessante notar que há apenas dois lugares na Bíblia onde αὐτάρκεια é usada. O outro uso da nos revela um texto altamente relevante para a discussão da prosperidade:
(1Tm 6:3) Se alguém ensina alguma doutrina diversa, e não se conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade,
(1Tm 6:4) é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, injúrias, suspeitas maliciosas,
(1Tm 6:5) disputas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade é fonte de lucro;
(1Tm 6:6) e, de fato, é grande fonte de lucro a piedade com o contentamento (αὐτάρκεια).
(1Tm 6:7) Porque nada trouxe para este mundo, e nada podemos daqui levar;
(1Tm 6:8) tendo, porém, alimento e vestuário, estaremos com isso contentes.
(1Tm 6:9) Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição.
(1Tm 6:10) Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.
Aqui em 1 Timóteo 6 vemos a mesma palavra sendo usada por Paulo para combater a cobiça de alguns, que, como os defensores da teologia da prosperidade, faziam da piedade fonte de lucro. Paulo no entanto mostra que o nosso lucro é a piedade com contentamento. Nosso contentamento é ter alimento e vestuário.

Voltando a 2 Coríntios 9, Paulo confirma no versículo 9 que Deus não deixará o ofertante em necessidade:
(2Co 9:9) conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre.
Onde fica bem claro que o tema do capítulo é uma oferta aos pobres, não à igreja. Aqui, justiça está sendo empregada com o sentido de cumprir as expectativas de Deus não especificamente expressas em ordenanças (BDAG, pág. 248). Deus sempre lembrará da generosidade de alguém pelo pobre, como o próprio Jesus fez questão de dizer (Mt 10:42; Mc 9:41). É desta mesma justiça que o apóstolo continua falando no versículo 10:
(2Co 9:10) Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para comer, também dará e multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça.
Aqui há, portanto, uma promessa de que Deus irá realmente suprir o ofertante de modo que ele não passe nenhuma necessidade. No entanto, quando o apóstolo fala de multiplicar as sementes, estaria ele falando que o ofertante seria próspero materialmente? Afinal de contas, é isto que o pastor Malafaia dá a entender com sua “lei da multiplicação”. Pelo uso da palavra “suficiência” no versículo 8, isto porém não é necessário. Mas é interessante que o apóstolo fala de um enriquecimento no próximo versículo:
(2Co 9:11) enquanto em tudo enriqueceis para toda a liberalidade, a qual por nós reverte em ações de graças a Deus.
Aqui Paulo fala de um enriquecimento “em tudo”, assim como no versículo 8 a suficiência era “em tudo”. Aqui Malafaia vê uma “lei da abundância” refletida na palavra “enriqueceis”, mesmo que Paulo estivesse tratando de suficiência no versículo 8. No entanto, o enriquecimento aqui, seja qual for a natureza dele, possui um propósito. O enriquecimento é “para toda a liberalidade”, ou seja, para toda generosidade. Em outras palavras, Paulo aqui está reiterando aquilo que foi dito no versículo 10: Deus nos dá o suficiente para nosso sustento, bem como para sermos generosos (Ef 4:28; Hb 13:16). Então, se o versículo 11 fala de alguma abundância, ele fala que esta abundância existe para que o ofertante possa ser generoso. A riqueza existe para ser compartilhada, não para ser individualizada.

O que acontece quando esta generosidade é praticada? Paulo nos diz aqui que tudo isto é revertido em ações de graças a Deus. Como se dá isto? Paulo completa:
(2Co 9:12) Porque a ministração deste serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também transborda em muitas ações de graças a Deus;
(2Co 9:13) visto como, na prova desta ministração, eles glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade da vossa contribuição para eles, e para todos;
(2Co 9:14) enquanto eles, pela oração por vós, demonstram o ardente afeto que vos têm, por causa da superabundante graça de Deus que há em vós.
(2Co 9:15) Graças a Deus pelo seu dom inefável.
A caridade glorifica a Deus por que todos veem que são os discípulos de Cristo, por puro amor, que ajudam aqueles em necessidade. E vendo estes discípulos agindo assim, quem não daria graças a Deus? E da mesma forma, os irmãos que são ajudados também oram pelos irmãos que foram generosos, demonstrando o amor que existe dentro da igreja.

Aqui então termina o capítulo 9 e o tema das ofertas aos irmãos de Jerusalém. Uma vez compreendido o que nos é comunicado pelo texto e comparando com a interpretação que dele faz o pastor Malafaia, podemos agora partir para as considerações finais.

Conclusão

Várias vezes durante sua mensagem, o pastor Silas Malafaia pediu que seus ouvintes “duvidassem, criticassem e determinassem”. Partimos então da dúvida, procedendo com a crítica acima. Agora é o momento de determinar. Afinal de contas, o texto de 2 Coríntios 9 é o “melhor compêndio sobre o assunto” da oferta?

Vimos que o texto está falando não da oferta feita na igreja para ajudar o ministério de um pastor que não presta contas a ninguém, mas sim, de uma oferta feita de maneira clara e organizada de irmãos interessados em ajudar irmãos pobres de outras igrejas. Repare que a oferta de 2 Coríntios 9 não é para evangelizar descrentes nem para financiar ministérios de evangelização de qualquer espécie. Há um denominador comum aqui que é a oferta em si, mas o tipo de oferta que é diferente.

Muito do que está presente na oferta aos irmãos pobres de Jerusalém pode ser aplicado às ofertas nas igrejas atuais. É verdade que o ofertante hoje deve ofertar livremente e por amor. É verdade que o ofertante deve ofertar aquilo que lhe sobra. E de certa forma também é verdade que mesmo na oferta para a igreja o ofertante recebe bênçãos, não necessariamente materiais, já que ajuda sua igreja a pagar suas despesas. Podemos obter deste texto princípios gerais de uma oferta.

No entanto, há princípios neste texto que o defensor da teologia da prosperidade não está preocupado em defender. Por exemplo, o princípio da igualdade presente em 2 Coríntios 8:14. A igreja está preocupada em exortar aqueles que têm em abundância a compartilhar com os irmãos mais pobres? Se o patrimônio da igreja tem sobras maiores que os bens de alguns membros, ela se dispõe livremente e de puro amor a compartilhar o seu excesso de arrecadação para que todos seus fiéis tenham igualdade de condições?

E o exemplo do princípio da suficiência? A igreja não deveria manter somente aquilo que ela precisa, compartilhando o resto com os irmãos? Não deveria ela confiar que Deus lhe suprirá toda e qualquer necessidade?

Este texto, muito mais do que o melhor compêndio sobre ofertas, é uma grande lição para todos os cristãos. Ele nos ensina e exorta a sermos caridosos, generosos, solidários. O pastor Malafaia no entanto o transforma em um incentivo para a busca da prosperidade solitária. São mensagens completamente diferentes que nos são propostas. Sendo assim, duvidamos, criticamos e determinamos rejeitar a mensagem pregada pelo pastor Silas Malafaia. Aquela que Paulo pregou, inspirado pelo Espírito Santo, é que representa a mais pura verdade.







terça-feira, 26 de junho de 2012

O tráfico por trás da fé



Guilhermino Filho Prado em
depoimento na CPI do Narcotráfico



Johnny Bernardo

No mês em que a Igreja Pentecostal Deus é Amor completa cinquenta anos (foi fundada no dia 03 de junho de 1962) e novas suspeitas de que traficantes de drogas e armas atuam por trás de denominações evangélicas veem à tona.

A prisão de um pastor do Rio Grande do Norte e mais três homens por tráfico de drogas em Fortaleza, no último dia 18 de junho, e a denúncia (feita por um ex-bispo da Igreja Universal do Reino de Deus) de que Edir Macedo teria comprado a Rede Record de Televisão com dinheiro oriundo do cartel de Cali, são apenas dois de inúmeros casos envolvendo igrejas e lideres evangélicos. Em meio a um turbilhão de denúncias e prisões, a sociedade e os meios de comunicação se debruçam para entender até que ponto o narcotráfico possui influência nas organizações religiosas. A aproximação entre traficantes e igrejas evangélicas nos morros do Rio de Janeiro seria uma das causas do envolvimento de pastores com o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro? Haveria algum tipo de coação? No caso de coação, qual seria o nível de culpabilidade? O questionamento é amplo, bem como as respostas a ele dadas. O que se tem de concreto – por parte das autoridades competentes – é que a isenção da declaração de imposto de renda e a constante movimentação de dólares pelo exterior faz de igrejas alvo de quadrilhas especializadas em lavagem de dinheiro.

Record comprada com auxílio de cartel de drogas
Embora esporadicamente, casos de prisão de pastores por envolvimento direto com o narcotráfico indicam que a participação de determinadas igrejas vai além da simples lavagem de dinheiro? Seria o caso da Igreja Deus é Amor? Em depoimento à Polícia Federal, Guilherme Filho Prado (que por 18 anos trabalhou como contador na IPDA) revelou que a cúpula e lideranças regionais da Deus é Amor teriam envolvimento com o narcotráfico, e cita o traficante Fernandinho Beira-Mar como um dos beneficiados. Ainda de acordo com as denúncias – feitas em 2000 e investigadas pela Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro e acompanhadas pela deputada federal Laura Carneiro (à época do PFL – RJ) -, membros de uma filial da IPDA transportavam drogas, armas e dinheiro para a Vila Beira-Mar. Em setembro de 2010, um pastor de uma congregação da IPDA de Ribeirão Cascalheira, a 893 km de Cuibá (MT) foi preso em fragrante pela Polícia Civil embalando drogas dentro da própria igreja. Dois meses depois, outro pastor foi preso em São Bernardo do Campo (SP) em um laboratório de drogas instalado em cima de uma igreja.

Marcos Pereira é outro pastor acusado de envolvimento com o tráfico
Apesar de declarações do advogado da IPDA – de que o ex-contador teria tentado extorquir a igreja – e de que nenhuma condenação teria sido imposta à cúpula, o testemunho de Guilherme Filho Prado serviu de base para uma operação de busca e apreensão na casa de David Miranda (fundador da Igreja Deus é Amor), em setembro de 2000, e outras investigações promovidas pela PF de Foz do Iguaçu, São Paulo e Rio de Janeiro, além de CPIs do Narcotráfico de São Paulo e Brasília. A suspeita é de que a Andy Viagens e Turismo, com escritório na Vila Mariana (SP) e de propriedade da Igreja Deus é Amor, serviria de base para operações de lavagem de dinheiro. De acordo com investigações realizadas pela Polícia Federal, somente entre 1992 e 1996 – portanto, anterior às denúncias de Guilherme Prado – cerca de 37 bilhões de reais teriam deixado o Brasil através de Foz do Iguaçu e tinham como destino contas do fundador da Igreja Deus é Amor. Indiciado por evasão de divisas e lavagem de dinheiro, David Miranda compareceu a Superintendência da Polícia Federal de São Paulo na tarde de 16 de maio de 2000 para prestar esclarecimentos sobre o envio de remessas de dólares para contas associadas à CC-5. Conquanto nenhuma acusação contra David Miranda e a nenhum outro membro da cúpula da IPDA tenha progredido nos tribunais, a centralização do poder nas mãos da família Miranda, a ligação com a agência Andy Viagens e Turismo (como pode ser comprovada com base em dados de um ex-funcionário da IPDA – disponível em um site de cadastro de currículos) e o extremo controle dos membros e patrimônio da igreja, seriam, pelo menos internamente, indícios de “manipulação”? Há quem suspeite das reais intenções da IPDA. De acordo com Sidnei Moura (que foi membro da IPDA por 15 anos), “usos e costumes são uma das muitas formas de manipulação e controle”.
Pastores da Mundial presos com fuzis M15 no Mato Grosso do Sul



A IPDA também é conhecida por alguns processos movidos contra meios de comunicação, como no caso de uma ação movida contra a Rede Bandeirantes de Televisão da qual a emissora e o repórter acabaram absolvidos - na reportagem, produzida pelo jornalista Sandro Barbosa de Araújo, o ex-contador da IPDA oferece detalhes do suposto “envolvimento” de lideres da igreja com o narcotráfico e lavagem de dinheiro. Em outro processo movido contra o programa do Ratinho e SBT - aberto após declarações de Raquel Borges Miranda, nas quais acusa seu ex-marido, Daniel Oliveira Miranda, de viver luxuosamente e ser usuário de drogas – a IPDA saiu vitoriosa. Apesar da condenação ao programa e ao canal de televisão, parte das declarações da ex-mulher do filho de David Miranda foi confirmada pelo deputado estadual Renato Simões (PT), à época relator da CPI do Narcotráfico na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP). Segundo o relator, Daniel Oliveira Miranda tem duas passagens pela polícia por porte de entorpecentes, embora deixe claro que “de maneira alguma isso significa que ele seja traficante”.

Dúvidas 

Até que ponto o relato de Guilherme Filho Prado pode ser considerado confiável? Sidnei Moura lembra que por ocasião de uma sabatina na ALESP, na qual Prado foi convidado como testemunha chave, após entrar em contradição em diversas declarações que haviam sido dadas a imprensa, um dos parlamentares o questionou sobre possíveis provas. Em resposta, o ex-contador afirmou que teve acesso a várias remessas ilegais de dinheiro, mas que a única coisa que podia afirmar sobre o envolvimento de traficantes foi ter visto os filhos de David Miranda recebendo tais traficantes na sede mundial. Na ocasião, a IPDA fez uma gravação de trechos da sessão onde Guilhermino Filho Prado é confrontado e que passou a ser transmitida em meios de comunicação ligados a IPDA. "Lembro-me que era obrigado veicular a gravação mesmo em programas de horários alugados em rádios, e nesses programas a ordem era rodar de meia em meia hora, como também nos cultos da igreja sede - houve até cultos especialmente convocados apenas para se ouvir tal gravação”, declara Moura.

Ainda de acordo com Sidnei Moura, o que lhe pareceu estranho foi que antes de ir à ALESP, o ex-contador fez um verdadeiro alarde em diversas emissoras de rádio e televisão, e na última aparição na TV disse ter provas irrefutáveis da participação da IPDA nesse tipo de delito, e que apresentaria documentos que comprovavam tal esquema. “Depois de falar secretamente com membros da comissão foi a público sem uma única prova concreta sobre a denúncia – de envolvimento da IPDA com o narcotráfico”, revela Moura. O que ocorreu entre a última declaração de Prado, na TV, e a sabatina na ALESP? Não se sabe ao certo até que ponto o ex-contador teria “mentido” ou “ocultado” provas, e até onde possuía informações, mas seus depoimentos na TV Bandeirantes, e, principalmente, na Polícia Federal, foram claros no sentido de que a Igreja Deus é Amor teria algum tipo de envolvimento com esquemas ligados ao tráfico de drogas. A dúvida é de que maneira e por meio de qual elo frágil narcotraficantes teriam se infiltrado. Sidnei Moura parece nos indicar um caminho. “O caso Guilhermino não foi o único a levantar dúvidas sobre o tema - os dois filhos de David Miranda são conhecidos por terem uma relação instável na igreja, saem e voltam com frequência, e quando saem envolvem-se com traficantes. Porem, a força do sistema é extremamente cuidadosa para não expor suas fragilidades - daí a incerteza sobre todas essas acusações”, conclui Moura.

Sobre a maneira como a instituição lidava com as denúncias, Moura ressalta que o “caso acabou sendo proibido de ser falado na igreja e membros chegaram a ser disciplinados por terem acesso a tais reportagens ou por insistirem no assunto.” Em uma circular despachada recentemente pela sede mundial da Igreja Deus é Amor, obreiros e demais membros são expressamente proibidos de manterem qualquer tipo de contato com ex-membros da IPDA – particularmente obreiros e pessoas de destaque na instituição. Qual seria a razão da proibição e sob qual base jurídica a decisão foi aprovada? Procurada, a IPDA não quis se manifestar sobre a polêmica. Algo semelhante acontece em outras religiões, como no caso das Testemunhas de Jeová e na Congregação Cristã no Brasil. Pelo menos nestes exemplos, proibições são impostas aos adeptos com o intuito de mantê-los a salvo de más influências externas, e, ao mesmo tempo, sob seu domínio. O extremo centralismo administrativo na IPDA e as constantes disciplinas (e até mesmo processos judiciais) impostas a membros é algo no mínimo preocupante.


Um problema generalizado 

A IPDA não é a única a sofrer com acusações de lavagem de dinheiro e associação com o narcotráfico. No dia 11 de março de 2010 a Igreja Mundial do Poder de Deus teve seu nome estampado nos principais jornais após a prisão de três de seus pastores acusados de tráfico de armas. Detidos em Miranda, Mato Grosso do Sul, com os pastores teriam sido encontrados sete fuzis modelo M15 de uso exclusivo do exército. Em depoimento, os religiosos declararam que as armas seriam levadas para Niterói e depois entregues a traficantes de morros do Rio de Janeiro. A Igreja Universal do Reino de Deus também seria alvo de acusações, sendo uma das primeiras direcionadas por Caio Fábio, que, em um vídeo distribuído a partir do YouTube, declara que pessoas próximas a Edir Macedo teriam viajado para Cali, na Colômbia, de onde teriam trazido recursos para a fundação da IURD. Três anos depois, Carlos Magno de Miranda – um ex-bispo da Igreja Universal e que por dez anos esteve ao lado do fundador – declarou, em entrevista ao blogueiro Vini Silva, que a Rede Record de Televisão teria sido comprada com verbas oriundas do narcotráfico. 


A crise também teria atingido, recentemente, um dos mais destacados pastores do Rio de Janeiro. Líder da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, Marcos Pereira – conhecido por seu trabalho na recuperação de drogados e traficantes -, virou alvo de inquérito policial após denúncias do líder do AfroReggae, José Júnior. Segundo o denunciante, o líder da IADUD teria sido um dos principais mentores dos ataques no Rio, em 2006, logo após a eleição de Sérgio Cabral para governador do estado. José Júnior, que entre 2006 e 2007 trabalhou ao lado de Marcos Pereira, também deu detalhes da participação do pastor com o narcotráfico, de possíveis abusos sexuais cometidos contra crianças e mulheres, de encenações de curas e de seu temor de que poderia ser assassinado. Em nota, a IADUD classificou como levianas as acusações e lamentou pelo fato de que o assunto tenha sido levado ao conhecimento público.



Johnny Bernardo é jornalista, pesquisador da

religiosidade brasileira e colaborador do Genizah


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Dr. Russell Shedd, teologia da prosperidade e a nossa pizza depois do culto à Trindade





Dia destes, estava fuçando a rede atrás de algum novo vídeo ou texto do Dr. Russell Shedd -sempre uma oportunidade de aprender mais ouvindo um servo que vive o que prega. Achei esta entrevista concedida ao mano Oziel Alves em 2006. Não sei das circunstâncias da entrevista, creio que se deu após um seminário realizado no Rio Grande do Sul, já que o Oziel é cria dos pampas... Enfim, não consegui confirmar com ele.



Se já como for, ontem fui com o Rubinho visitar a comunidade pastoreada pelo Ariovaldo Ramos – outro E.T. (extra terrestre, cidadão dos céus, de passagem...) que vive o que prega – e depois fomos dividir uma pizza. Conversa vai, conversa vem... O assunto toma o rumo da apologética e logo o Rubinho (só o Rubinho, eu me converti e agora vivo escandalizado) desanda a fazer piadas acerca destes malucos da teologia da prosperidade a quem ele tanto admira, risos: “apóstolos modernos e suas bíblias maravilhosas” e coisa e tal. 

E já chegando à porta da Speranza, entre gargalhadas, reparto com eles as declarações do Dr. Shedd acerca destes assuntos, dadas nesta entrevista pouco conhecida. Fica até difícil imaginar o constrangimento de um “malafaia da vida” tendo de ouvir de um cristão da estirpe do Dr. Shedd, nos seus mais de oitenta anos de servo fiel e imitador de Cristo, as desconcertantes declarações abaixo. Seja como for, se deu, ou não, para o Malafaia... Ou vai ele ter de ouvir mais tarde de Cristo, eu não sei. Mas pra gente, foi coisa para fechar o assunto de vez e partirmos para a pizza, risos.



Oziel Alves - Como o senhor se sente tendo uma bíblia com o seu nome? 

SHEDD – Bastante constrangimento e até vergonha, porque eu não autorizei que utilizassem o [meu] nome. Quando eu sai da [editora] Vida Nova, passei para um senhor, [chamado] Dr. Alan, que não está mais no país. Ele logo começou a reformular a Bíblia Vida Nova e a transformá-la na Bíblia Shedd. Ele me falou antes de colocar o nome que iria colocar o [meu] nome, e eu disse: Não, você não pode fazer isso! Não autorizei. Mas, quando saiu já estava o nome lá, e não somente em letras pequeninhas, lá embaixo, mas, em letras enormes (risos). É um constrangimento constante, meu irmão.

Teologia da prosperidade. Hoje pela manhã, o senhor falou que se um crente quer prosperidade, então deve pedir um câncer a Deus. Em outras palavras o senhor quis dizer "morte com salvação é a verdadeira prosperidade”. Foi isso mesmo ou não entendi bem?

Não, foi isso mesmo! (risos). Quero dizer a prosperidade que a bíblia garante para os crentes é na vida vindoura, é nos galardões que à receberemos. Paulo diz em II Coríntios 4, que a "Glória futura está diretamente ligada ao sofrimento nesta vida". Se a gente quer glória na vida vindoura, [devemos] esperar sofrimento nesta vida, especialmente, o sofrimento da perseguição. [II Coríntios 4:16]. Deixe me ler este versículo porque eu creio que os leitores vão querer saber o que a bíblia diz, exatamente, sobre prosperidade. "Por isso, não desanimamos, embora, exteriormente estejamos a desgastarmos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia. Pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos (e Paulo sofreu muito, nós não chamaríamos de leves) estão produzindo para nós uma "glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim, fixamos os olhos não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê, é eterno".

Até onde esta teologia da prosperidade terrena é saudável? Explicando melhor, todos nós queremos alguma coisa. Um carro novo, uma casa maior, um emprego melhor... mas afinal de contas, pedir estas coisas para Deus, é saudável?

Seria saudável apenas se pudessemos glorificar a Deus mais. A ordem bíblica é que a glória de Deus está vinculada a tudo que nós fazemos, ou deveria estar. Então, quer bebamos, quer comamos ou façamos outra coisa qualquer, façamos para a Glória de Deus. Qualquer benefício ou vantagem que Deus nos dá nesta vida seria justamente para nós glorificarmos a Deus, mais. Só que muitas vezes nós fazemos o contrário.



Não é para usufruirmos destes benefícios, então?

É para nós glorificarmos à Deus, naturalmente, abençoando outras pessoas. Porque se é para fazermos boas obras, se é para abençoarmos pessoas, se é para sustentarmos missionários, é preciso alguém ou alguma coisa para fazer isso. Portanto o que nos beneficia e nos abençoa seria re-utilizado para glória do Senhor.

Sobre apóstolos modernos

Bem, a bíblia nos fala de dois tipos de apóstolos. O problema é o significado desta palavra. [Apóstolo] significa o que tem plena autoridade da pessoa que lhe enviou. Apóstolo é enviado. Portanto quando Paulo diz: "Eu sou apóstolo de Jesus Cristo", ele esta dizendo, que tem autoridade para falar em nome de Cristo. Então, qualquer pessoa, hoje, que se intitula apóstolo esta se colocando na posição do Papa. Está falando no lugar de Cristo. Já que esta não é a idéia que alguns destes apóstolos tem, talvez não tenham estudado o significado da palavra; talvez eles estão pensando que são apóstolos do tipo de (EPAFRODITO). [ Filipenses 2:25 ] Esta palavra fala do apostolo da igreja de Filipos. Então tem esse dois tipos. Talvez esses são apenas apóstolos de igrejas, tem a autoridade da igreja, ou autorização para falar em nome da igreja deles, não de toda a igreja de Cristo, obviamente, mas só deles.



Sobre Russell Shedd

Nasceu na Bolívia, foi criado nos Estados Unidos e tem passagem por diversos outros países como Alemanha, Inglaterra, Portugal, Escócia etc, onde estudou, ministrou palestras ou desenvolveu algum trabalho na obra de Deus. Formou-se em teologia no ano de 1949 pelo Wheaton College, fez mestrado em estudos do novo testamento no Faith Seminary, em Philadephia e aos 25 anos adquiriu o título de Ph.D em Novo Testamento pela Universidade de Edimburgo na Escócia. Casou-se em 1957, e teve 5 filhos. Lecionou na Faculdade Teológica Batista de São Paulo. Fundou a Editora Vida Nova há mais de 40 anos e atualmente é consultor da Shedd Publicações. Dr. Russel Shedd é também missionário da Missão Batista Conservadora no Sul do Brasil desde 1962. Tem colocado seu pensamento a disposição do público através da boa literatura que não pode faltar na biblioteca de um bom leitor. Entre suas obras publicadas estão A Justiça Social e a Interpretação da Bíblia, Disciplina na Igreja, A Escatologia do Novo Testamento, A Solidariedade da Raça, Justificação, A Oração e o Preparo de líderes cristãos, Fundamentos Bíblicos da Evangelização, Teologia do Desperdício e Criação e Graça: reflexão sobre as revelações de Deus.

Leia a íntegra da entrevista AQUI.






Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/#ixzz1xX4Cv7ft
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial Share Alike

sábado, 9 de junho de 2012

Carlos Magno fala que Record foi comprado com dinheiro sujo.




“A RECORD FOI COMPRADA COM DINHEIRO DO NARCOTRÁFICO, EDIR MACEDO É UM DEPRAVADO SEXUAL, E VALDEMIRO SANTIAGO É UM CAFAJESTE” DIZ EX-BISPO DA IURD

 
Ex Bispo e Líder Nacional da Igreja Universal do Reino de Deus, Carlos Magno de Miranda dá uma entrevista corajosa ao Blog Vini Silva, contando como foram parte dos anos que viveu na IURD e sua convivência com Edir Macedo, a compra de Rede Record de Televisão, o dinheiro do Narcotráfico, Renato Suhett, Valdemiro Santiago,Silas Malafaia, entre outras coisas.
Quem é Carlos Magno de Miranda?
“Eu nasci num lar católico, fui praticante da religião católica, a ponto de me tornar coroinha e ajudar em todas as missas do colégio Salesiano em Natal, isso nos anos de 1966-69. Mudei-me para o Rio de Janeiro e continuei católico praticante. Um dia fui convidado pelo namorado (bispo Renato maduro) da prima da minha namorada (atual esposa) a ir num culto da Igreja da Bênção (atual Universal). Era o primeiro templo. Gostei demais de ver aquele homem se mostrando poderoso para enfrentar os guias, ressalve-se que frequentei também umbanda e Kardecismo e nutria respeito e medo pelas entidades.
Aquilo me fascinou. Observe que não foi a Palavra que me encantou. Na época o Edir Macedo era apenas o obreiro do R.R Soares e logo adiante numa jogada politica, conseguiu passar a perna no missionário e assumiu o movimento, que nesse momento já havia sido trocado o nome para Universal.
Comecei a frequentar as correntes, e como sempre fui voltado para as coisas espirituais sentia um desejo muito grande de ser um pastor. Isso só veio ocorrer quatro anos depois quando eu já trabalhava na Nuclep, subsidiária da Nuclebras em Itaguaí, estado do Rio. Larguei tudo, um emprego onde eu tinha um alto salario e fui ser pastor ganhado um salario mínimo e o pagamento do aluguel de um pequeno apartamento.
Eu fui um fiel imitador do Edir Macedo, que era meu ídolo, e o resultado foi espetacular, eu me tornei uma maquina de arrecadar dinheiro. Em um ano fui mandado para o Nordeste para liderar o estado de Pernambuco. Na época em todo nordeste só existia a IURD em Recife com três pequenos templos. Vendo o sucesso que eu fazia em conseguir atrair multidões, logo fui colocado como bispo do Norte e Nordeste. Ingloriamente o confesso, acabei abrindo cerca de 108 templos em toda região.
Diante disso tudo, quando o Edir decidiu ir para Nova Iorque, para surpresa de todos, fui o escolhido para substitui-lo como bispo do Brasil. Fui para São Paulo, e tão logo cheguei fui responsável em conduzir toda compra da Tv Record. Eu conheço todos os detalhes dessa negociação imoral onde a politica e as religiões dos homens se misturam e acabaram dando todo esse poder que o Edir possui hoje. Poder financeiro e politico.
No momento que estava no auge da Ascenção na seita, Deus começa a me tirar das trevas para luz. Foi um processo muito rápido, em quatro meses eu passei a tomar conhecimento de coisas que jamais imaginei existir num lugar que se denominava igreja de Jesus. Filmes pornográficos sendo exibidos para pastores lideres e esposas.
Compra de imóveis de um milhão de dólares quando todos os pastores ficaram sem salario devido à compra da Record. Envolvimento com o mundo sujo da politica (Collor, Quércia, Renan Calheiros etc..) A remessa semanal de dinheiro para o exterior via doleiros. O ouro derretido e transformado em barras e levado pessoalmente para ser entregue na casa do Edir nos estados unidos. Finalmente o pote encheu com a ida a Colômbia para pegar dinheiro sujo de sangue do narcotráfico.
Bom, hoje eu sei que foi Deus que me tirou, na época achava que eu era que havia saído. Ledo engano, pois ninguém, humanamente falando, renuncia ao poder politico e financeiro que eu desfrutava. Tem que ser uma ação sobrenatural de Deus. Hoje sei que tudo isso faz parte dos desígnios de Deus para minha vida. Minha profissão secular é Técnico especializado em Fabricação Nuclear. Meu ministério atual teve inicio com a minha saída da IURD quando veio à revelação do Evangelho da Graça de Deus que é o único para a igreja, e que foi revelado a Paulo e está nas suas quatorze epistolas. Somos uma igreja reformada.
A minha conversão se deu quando sai da IURD e ao ouvir uma pregação sobre a verdade de que Deus é soberano, cri e me converti e Deus me tornou aquilo que ele já havia designado desde o ventre materno, um pregador do Evangelho da Graça de Deus. Temos 16 anos de pregação desse evangelho, e apenas três templos, sendo um em Natal, outro em Recife e outro em Fortaleza. Um ministério pobre financeiramente, mas rico em conhecimento e verdade.
É coisa muito difícil ter pastores segundo o coração de Deus. O único titulo que possuo é o de pastor. Diploma apenas o do primeiro grau, o segundo não completei. Nunca cursei nenhum seminário e nenhuma faculdade teológica. Tudo que sei e prego foi absoluta Graça de Deus que ele me revelou e iluminou os meus olhos espirituais.”
PERGUNTAS:
- O senhor foi um bom tempo Bispo da Universal, conte como era sua relação com seus Líderes e outros Bispos e como foi sua entrada na Universal?
“Acima já contei a minha entrada na IURD. Minha relação com os outros bispos era muito boa enquanto eu não fui ordenando bispo. A partir do momento que me fizeram bispo o relacionamento já não era o mesmo. Havia muita inveja, disputa pelo poder e isso me enojava. Na época a cúpula era formada por Bispo Paulo Roberto Guimarães, bispo Rodrigues (aquele deputado do sangue suga), bispo Honorilton Gonçalves e o próprio Edir Macedo. Pra mim foi uma surpresa descobrir que havia disputa entre eles. É realmente de causar nojo o puxa saquismo.
Mas exatamente por não ter esse comportamento pequeno, servil, foi que acabei me tornando uma pessoa próxima do Edir. Ele mesmo dizia que eu era o único amigo que ele tinha, pois tinha a coragem de lhe falar a verdade. Realmente, falei da minha indignação com os filmes pornô, me posicionei contra o envolvimento político, e tomei muitas outras atitudes que não sei por que agradaram a ele. É bem verdade que quando assumi a liderança Nacional ele tentou me corromper com dinheiro, exigindo minha mudança de pensamento, alegando que agora eu fazia parte da cúpula, que agora eu não podia mais pensar como antes, como nordestino tinha que pensar grande.”
- O senhor declarou em site de relacionamento que o Bispo Macedo era um homem depravado, e que cometia atos ilícitos, o senhor confirma?
“Confirmo sim. Digo que ele era imoral porque era comum nas reuniões de liderança ele provocar assuntos que falasse de sexo. Os bispos para lhe agradar contavam o que faziam com suas esposas, suas preferencias pessoais etc. Filmes pornos eram passado para os Pastores e esposas. Como eu nunca abri a boca para falar nada era chamado pelos demais de Santa Madre Teresa de Calcutá. Eu não me incomodava. Mas mantinha minha dignidade, pois mesmo no tempo de catolicismo nunca vi nada igual.”
- O senhor também afirmou que foi um dos Bispos que foi a Colômbia trazer dinheiro do Tráfico para compra da rede Record. Como foi isso? Quais eram os outros Bispos que trouxeram dinheiro? Como se dava a relação do Edir Macedo com o narcotráfico?
“Não só afirmei como dei depoimento de mais de 12 horas na policia federal apresentado todas as provas. Infelizmente, a IURD teve todo apoio do governo Collor e não deu em nada as minhas denuncias
Fizemos uma viagem à Colômbia, éramos uns cinco casais, e a justificativa para a viagem era de conhecer a cidade para colocar um templo da seita. Só no hotel em Bogotá foi que o bispo Gonçalves nos reuniu e contou a verdade. Segundo ele um traficante que estava foragido no Rio de janeiro por ter assassinado um coronel na Colômbia, assistiu o programa de Tv, se sensibilizou com a campanha da compra da Record, e se ofereceu para emprestar um milhão de dólares e uma quantia que não sei calcular em pedras de diamante. Neguei-me categoricamente a participar e isso causou um mal estar muito grande.
Edir tentou me convencer pelo telefone argumentando que para Jesus “até gol de mão vale”. Não adiantou. Fui o único a ficar fora do esquema. Minha esposa participou alegando que se estava errado, ele daria conta a Deus. Veja, eu podia esconder esse detalhe, todavia, mesmo no meu depoimento na Federal eu o expus. “
- Conte realmente como se deu a compra da TV Record pela Universal
“Eu vou gravar um vídeo contando a verdade sobre a compra da Record que foi feita pessoalmente por mim, que na época era o “bispo” que liderava toda seita Universal no Brasil. Em primeiro lugar o Edir Macedo estava morando nos Estados Unidos quando iniciei as negociações com o Grupo Silvio Santos e a família Machado de Carvalho, que detinham cada um deles 50% das ações da Record.
A Record foi comprada pelo valor de 45 milhões de dólares, e a igreja assumia as dividas, sabendo que o patrimônio tecnológico era zero. Tudo sucateado, o que implicava em ter que comprar tudo novo. Foi dado um sinal de 15 milhões de dólares e o saldo restante deveria ser pago em 10 parcelas mensais de 4,5 milhões de dólares. Entretanto, antes de começar a pagar as parcelas, a IURD deveria em 90 dias apresentar fiança bancaria de um banco de primeira linha, e o contrato dizia que se isso não fosse cumprido a venda estaria desfeita, e pasmem os senhores, até o sinal de 15 milhões de dólares seria perdido.
Eu tentei em todos os bancos a fiança, e mesmo a IURD possuindo patrimônio para garantir a divida, nenhum banco se prestou a financiar. Fiquei então sabendo que era regra na época as instituições bancarias não serem fiadoras de instituições como igrejas, creches, asilos e outros semelhantes a essas.
Depois de passado os noventa dias, tivemos uma reunião na sede do SBT em São Paulo, onde estava presente Eu, Edir Macedo, Honorilton Gonçalves, Sandoval que era o braço direito do Grupo do Baú da Felicidade e o próprio Silvio Santos.
A reunião foi rápida e objetiva. O Silvio iniciou dizendo: “Edir eu tenho aqui o contrato, vocês não apresentaram a fiança bancaria, e o contrato diz que vocês perdem o sinal dado e o negócio está desfeito. Mas eu não vou fazer isso, eu nunca fiquei com nada de ninguém, mas o problema é que já gastamos os 15 milhões de dólares. Então vocês vão ter que esperar aparecer outro comprador para Record e aí nós devolvemos esse dinheiro.
O Edir Macedo ficou branco, e só dizia tudo bem, tudo bem, nós aguardamos. Eu falei com ele baixinho e perguntei se ele me dava carta branca para negociar essa situação e ele disse: TUDO BEM CARLOS, METE BRONCA. Eu pedi a palavra e fui direto e contundente: “Silvio, eu não sou advogado, mas tenho certeza que em nenhum lugar do mundo alguém possa perder um sinal de 15 milhões de dólares. Eu sou o líder da IURD no Brasil e posso afirmar que isso é um golpe do Baú. Só que amanhã eu vou convocar o povo e vamos colocar cem mil pessoas na frente do SBT gritando “queremos nosso dinheiro, isso é golpe do baú”.
“O Silvio Santos empalideceu e disse: ”Calma rapaz, você não é louco de fazer uma coisa dessas”. Eu disse: “Vou fazer sim porque esse dinheiro é de Deus (eu ainda acreditava nisso), é dinheiro do povo sofrido, isso é o sangue da igreja”. Falei com voz alta, bastante nervoso e irritado.
O Silvio teve medo e disse: “Os ânimos estão alterados, vamos esfriar a cabeça e faremos uma reunião na segunda feira junto com os Machado de Carvalho”. Era uma quinta feira por volta das 16 horas. E assim ficou combinado.
Saímos dali e na sexta de manha e eu disse: Se a IURD apoiou o Collor, por que não pedir ajuda a ele? Eu mesmo liguei para Brasília, falei com Renan Calheiros, expus a situação e pedi ajuda. Ele disse: ”O presidente tem hoje uma recepção para os governadores eleitos que lhe apoiaram aqui na casa da Dinda, e meia noite ele vai para um jantar na casa de Paulo Otávio, Procurem chegar aqui antes de ele sair”.
Parece incrível, mas não havia passagem em avião comercial para Brasília, os vôos lotados.
Procuramos alugar um jato particular e por incrível que pareça não havia nenhum disponível. Isso mostra a Grandeza dessa metrópole que é São Paulo. Só no final da tarde foi que o Sr. Demerval, um dos diretores da Record representante de Silvio Santos, conseguiu com um empresário amigo o aluguel de um jatinho.
Partimos para Brasília, eu Edir Macedo, Honorilton Gonçalves, Alberto Hadad ( que foi quem trouxe a Record para ser comprada), e seu primo Jorge Hadad. Na frente da casa da Dinda uma multidão de curioso e muita imprensa. Falamos com a segurança que por sua vez contatou Renan Calheiros, e a ordem dada foi para entrar apenas Edir Macedo. Edir recusou e disse que só entraria se entrassem todos. Meia hora depois veio a autorização para todos entrarem e entramos.
Havia uma grande festa nos jardins da casa da Dinda. Ficamos em pé na varanda esperando e sendo ciceroneados pelo Claudio Humberto, o porta voz do Collor. Conversou bastante e deu uma dica: “Quando vocês cumprimentarem o presidente, somente aperte sua mão, não dêem tapinhas nas costas, pois ele detesta”. Depois de mais de 1 hora de espera, finalmente vem o Collor cercado de uma dúzia de pessoas e parou cumprimentando a todos nós depois da apresentação do Claudio Humberto, identificando cada um de nós.
Collor disse: “Muito obrigado pelo apoio de Vocês. Inclusive eu vi na Veja o bispo na igreja com a minha camiseta de campanha e vi como voces tem apanhado do PT”. Nesse momento o Edir Macedo disse: “Presidente, o senhor poderia nos atender particular por cinco minutos?”. O Collor hesitou por uns segundos, e disse: Tudo bem, cinco minutos.
Entramos na sala e durante uns 10 minutos ouvindo o presidente falar dos seus planos e em seguida foi abordado o problema da Record. O presidente disse: Eu ainda não tomei posse mesmo que tivesse tomado não sei se poderia usar o banco do Brasil para dar essa fiança.
Pensou e pediu a sua esposa que estava numa mesa em uma sala ao lado com a Claudia Raia que chamasse o PC Farias. Para nós era um ilustre desconhecido. Veio aquele senhor baixinho, usando sandálias e o Collor disse: “PC o pessoal do SBT está querendo passar a perna neles, Resolva isso pra mim”. O PC perguntou: “Agora?”. O presidente retrucou: “Não, amanhã você resolve. E assim nos despedimos.
Saímos da casa da Dinda para o aeroporto revoltados, achávamos que aquele foi uma maneira do presidente nos descartar. Na segunda feira as 11 da manhã fomos a reunião no SBT e lá estavam todos , esperando apenas o Silvio chegar. Silvio chega e o sobrinho Guilherme Estoliar diz: “Silvio, preciso falar com você antes de começar a reunião. Silvio disse: Fale logo, pode falar aqui mesmo”.
Para surpresa de todos o Guilherme Estoliar diz: “O PC me ligou no sábado e disse que a Record é do Presidente, que o bispo é apenas o testa de ferro. Silvio arregala os olhos e diz: “Edir Macedo, porque você não me disse isso? Rapaz, se eu contrariar o presidente ele me cassa a concessão do SBT, esse pessoa é uma máfia”.
Edir Macedo entendeu de imediato o que estava acontecendo e disse: “Silvio, você me desculpe mais o presidente queria segredo, eu não podia revelar nada”. Silvio se dirige aos demais e diz: “Então está tudo resolvido, não precisa fiança nenhuma”. Edir Macedo aproveita e mentindo diz: “Outra coisa, ele pediu para dividir o saldo em mais vezes”. Resultado, o que era para ser pago em 10 parcelas ficou de ser decidido parcelar em mais vezes.
Essa é a verdade da compra da Record. Fico enojado ao ver o Edir Macedo enganando as pessoas e contando uma versão mentirosa, fantasiosa, e os bestas dizendo amém. E o que é pior, ainda dizendo que foi um milagre de Deus. Deus não usa dinheiro de tráfico, não sonega impostos e não faz negócios com homens impuros.
Só Edir Macedo Bezerra mesmo para contar suas pilantragens e roubos como se fosse testemunho.
O que ele se esqueceu de dizer foi que foram buscar dinheiro de tráfico de drogas na Colômbia e que os membros da IURD faziam sacrifícios sem igual para arranjarem dinheiro para pagar as prestações da Record, pessoas deram todo o seu dinheiro, venderam casas, móveis, eletrodomésticos, aliança, bicicleta, carro e etc. para dar o dinheiro na IURD, pois o safado do Edir Macedo e seus comparsas mentiam e diziam que a RECORD ia ser da igreja e seria usada para pregar o Evangelho de Jesus Cristo 24 horas por dia.
Ele se esqueceu de dizer que os pastores pequenos, os auxiliares e suas famílias passavam fome, porque não recebiam salários. Naquela época só os grandalhões continuavam na vida boa, sem lhes faltar nada.
O que Edir Macedo se esqueceu foi de dizer que ele aplicou o maior golpe e a maior fraude já acontecida em uma igreja dita evangélica,
Comprou Canais de TV e rádio com dinheiro suado que o povo, sob pressão e manipulação doava para a igreja, pois acreditavam nas mentiras do Macedo, depois ele surrupiou tudo passando para o nome dele e da sua esposa. Hoje a TV Record é usada para divulgar o “evangelho¨ de satanás 24 horas por dia.
Como é que pode ainda haver gente que acredita neste Edir Macedo e sua quadrilha?”
- Quais foram às ordens mais escusas que o senhor recebeu de seus líderes?
“Bom ele tinha um respeito muito grande por mim, sabia do meu caráter, e costumava dizer a minha esposa que eu era o único pastor que ele pisava em ovos antes de falar qualquer coisa. Recusei-me, por exemplo, a obrigar os pastores do Norte e Nordeste a fazerem cinco reuniões diárias para aumentar a arrecadação. Eu achei uma desumanidade. Só deixei que fizessem três, e as outras duas o pastor auxiliar fazia.
Recusei-me a trazer material para radio e Tv dos Estados unidos, mesmo sabendo que havia um acordo com a alfandega em São Paulo para a entrada de tais equipamentos. Só numa viagem foram trazidas 32 malas. Parece conto de fadas, mas é verdade.”
- Os Bispos são “sócios” do Edir Macedo, participam do “lucro” da Igreja?
“O esquema é de comissão. Os lideres de estado tem uma comissão sobre o liquido da arrecadação que for enviada para ele. Os pastores de cada templo têm uma comissão sobre o que for arrecadado. É muito dinheiro a comissão dos bispos, eu, por exemplo, ganhava 5% do liquido que arrecadava todo Norte e Nordeste.
Algo na época, algo em torno de 100 mil reais. Achei um absurdo, e ele sugeriu que fizesse uma retirada de 10 mil reais e o restante ficavam como uma poupança para quando quisesse comprar uma casa na Europa ou em outro lugar. Quando sai tinha aproximadamente um milhão de dólares na “poupança”. Saímos com uma mão na frente e outra atrás, e um dia minha esposa ligou e pediu para ele liberar esse dinheiro e a resposta dele foi: “Isso é para quando está na igreja, saiu não tem direito a nada”.
Veja como Deus é bom, ele não permitiu que eu usufruísse disso, hoje tenho orgulho de dizer que não tenho nenhum palito de fósforo comprado com o dinheiro sujo da IURD.”
- O senhor falou neste mesmo site de uma maneira muito contundente sobre o ex Bispo Líder no Brasil da Universal, Renato Suhett hoje Padre, o que o senhor teria a revelar sobre ele e seus atos?
“O Renato sempre foi um individuo extremamente puxa saco do Edir. Aliás, observe que a característica de todos esses falsos pastores é se cercar de gente sem personalidade, gente servil, pois assim ele os manipula com muita facilidade.
Saiu da IURD depois que sai e dizia pregar o Evangelho da Graça de Deus. Uma deslavada mentira, ele pregava um evangelho pervertido, logo abriu mais de 5º templos no Brasil e para quem prega a verdade isso é inconcebível.
Na realidade ele sempre foi um dissimulado, hipócrita, se envolveu em escanda-los sexuais, adulterou, se prostituiu, o império desabou, fechou todos os templos, e um dia aparece dando testemunho na sede da IURD em São Paulo, dizendo estar arrependido, que o Edir Macedo é que era o verdadeiro profeta de Deus e ainda fazendo apelo para que os pastores que saíram da IURD voltassem que seriam muito bem recebidos.
Um nojo! Isso está no You Tube. Foi enganado pelos homens perversos e maus, que como Paulo disse seguiriam enganando e sendo enganados. Depois disso o colocaram numa igrejinha do interior e não era essa a recompensa que ele esperava. Qual foi o resultado? Saiu outra vez e agora está ai em outro puleiro.”
- Renato Suhett foi quem consagrou o ex Bispo Valdemiro Santiago, hoje líder da IMPD, o que o senhor tem a falar sobre Valdemiro Santiago?
“Ele foi meu subordinado em São Paulo, a primeira coisa que fiz foi proibi-lo de fazer as extravagâncias que fazia tipo distribuir o sabonete ungido, a arruda da vitória, e outras barbaridades mais. Depois foi mandado para o Nordeste e fez um grande sucesso com essas praticas. Um dia resolveu se rebelar e abrir a sua própria seita, e como bom aluno, está aí uma réplica do Edir Macedo no seu inicio. Tal pai, tal filho. Um cafajeste espiritual!”
- O senhor o considera um homem de Deus ou mais um enganador que olha para o dinheiro do povo, como disse Silas Malafaia que ele e Edir Macedo são farinha do mesmo saco?
“Edir Macedo, Waldemiro, Silas Malafaia, R.R.Soares, Estevão Hernandes, Rodovalho e outros menos votados são todos da descendência da serpente, lobos vestidos de ovelhas, falsos mestres que movidos por avareza fazem comércio com o povo de Deus (1 Pe 2:1-3).
Malafaia durante muito tempo foi um empregado do Edir, encarregado de agenciar os programas da IURD em todo brasil. Claro que ele ganhava das emissoras 10% como contato publicitário. Ele ganhava mensalmente em torno de 100 mil reais. Com a compra da Record, a IURD decidiu cancelar os programas, ele fez um apelo ao Edir para deixar pelo menos um ano para ele se preparar, mas não foi atendido. O resultado foi o rompimento, as brigas, e hoje são desafetos. Tudo por grana.”
- Como o senhor vê esses líderes televisivos e a briga por espaço entre eles na televisão? A briga é só por espaço? Em sua opinião existe algum líder sério?
“Deve haver alguns lideres sérios sem duvida nenhuma, o problema é que não tive o prazer de conhecer nenhum até hoje. Desses que aí estão se degladiando por espaço na televisão, nenhum deles é sério, são todos lobos vestidos de ovelhas, a briga por espaço é porque isso aumenta a possibilidade de atrair incautos para suas arapucas, o que traduzindo significa o aumento assustador da arrecadação. Por favor, leia Jeremias 5:26-28 que é o retrato fiel dessa gente. Líder sério nunca estará com uma visão mercantilista, não terá como alvo enriquecer nem tão pouco induzir as pessoas a quererem ficar ricas, esse perfil faz parte obrigatória do caráter de um líder sério.”
- Como o senhor vê o momento atual das Igrejas Evangélicas? Na sua visão o que precisa ser mudado?
“Há 15 anos que deixei de ser evangélico para ser cristão. Ser evangélico se tornou como ser católico, todo mundo é. Virou moda. Ninguém apresenta o fruto do Espirito o que é a prova de que tem o Espirito de Cristo, e não esqueça que a Bíblia diz que se alguém não tem o Espirito de Cristo esse tal não é dele. O que temos visto é um povo nascido da carne, gente que se acha convertido porque atendeu a um apelo, ou porque batizou nas aguas, e isso é contrario a Bíblia.
Tem que nascer da água (A palavra) e do Espirito. Quando isso ocorre não se apresenta mais as obras da carne, não se fanatiza por denominação, mas abraça a verdade da Palavra e nada mais.
O sistema religioso que está ai estabelecido em nada difere daquele sistema religioso judaico do tempo de Jesus. Hoje espiritualidade é medida por números, pela quantidade de membros e pelo valor arrecadado. Na verdade o que vejo é um movimento onde há animais limpos e animais impuros e isso é coisa da arca de Noé, nunca da Igreja de Jesus. Não há crescimento qualitativo e sim quantitativo, um anomalia, um inchaço”. “Só há um jeito de reverter isso, à volta a Palavra, a verdade sendo proclamada como Deus quer que ela seja.”
***
Carlos Magno de Miranda é professor do seminário teológico da graça de Deus, Pastor presidente da Igreja Cristo é Vida com filiais em Natal, Fortaleza e Recife.
Escritor, professor, radialista, e um profundo estudioso das verdades inerentes ao cristianismo, um combatente duro daqueles que usam a religião para fazer comércio com as pessoas.
***
Vi no blog Vini-Silva . 
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...